Ao fim de alguns meses de espera, um morador do bairro do Falcão, no Porto, que está confinado a uma cadeira de rodas e depende da ajuda dos filhos para poder sair de casa, por causa das escadas do prédio, vai finalmente ter o acesso à rua facilitado. A Câmara prevê a instalação de uma plataforma elevatória até ao final de junho.
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São seis degraus que fazem toda a diferença. Apesar de viver num piso térreo, no bloco 12 do bairro, José Maria Ferreira não consegue ir à rua sem que um dos filhos pegue nele ao colo para ultrapassar a escada, mal sai de casa. Tem 85 anos e há muito que não tem pernas - devido a complicações de saúde, a primeira foi amputada há 11 anos e a segunda há sete.
Ricardo, o filho mais velho, disse ao JN que no ano passado fez o pedido para a instalação de uma cadeira ou plataforma elevatória por duas vezes, junto da Domus Social, empresa municipal que gere os bairros sociais. A segunda vez foi em dezembro e, garante, não obteve resposta.
Contudo, a Câmara do Porto refere o contrário. "A Domus Social já tem esta situação aprovada/contratada desde o primeiro pedido do inquilino e informou-o sobre o ponto de situação em todas as interações efetuadas", afirma, ao JN, fonte da Autarquia.
"O processo de reabilitação dos edifícios decorre faseadamente, bloco a bloco, segundo um cronograma físico aprovado no concurso/adjudicação da obra. Será possível instalar a plataforma elevatória (por uma empresa especializada) após a intervenção profunda nas zonas comuns do bloco em causa", acrescenta.
O bairro está em obras e há blocos em que já foram instaladas plataformas como a que José Maria Ferreira reclama. O morador lembra que a Câmara fez obras de adaptação dentro de casa, em particular no wc. "Está impecável", refere.
A Câmara acrescenta que a instalação do dispositivo "será agora coordenada pela empresa que tem em mãos a reabilitação do edifício".
"O projeto inclui não só a aplicação da plataforma, mas também todos os trabalhos de adaptação da escadaria", refere ainda, prevendo a conclusão da intervenção "até ao final de junho, informação também já transmitida ao inquilino". Recorda as obras feitas anteriormente no interior da casa, "para a melhoria de mobilidade condicionada".