E-Redes e Câmara do Porto confirmam avarias na rede de distribuição. Foz Velha foi o local mais afetado.
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Há, por toda a cidade do Porto, inúmeros focos de iluminação pública desligados. Em alguns casos, as montras das lojas compensam a falta de luz - principalmente na Baixa -, mas há zonas, em particular na Foz Velha, que ficaram completamente às escuras, semeando um clima de insegurança. Em causa estão "avarias na rede de distribuição elétrica" e não nos pontos de iluminação individuais, informa a Câmara do Porto. As falhas, explica a E-Redes, registaram-se "em cabos subterrâneos de iluminação pública", tendo algumas delas sido "provocadas por obras de terceiros". "O excecional foi terem ocorrido em simultâneo", acrescenta a empresa.
Foi precisamente na Foz Velha que a falta de luz teve o maior impacto, em particular nas ruas da Bela e do Padre Luís Cabral. Moradores e comerciantes recorreram à lanterna dos telemóveis para combater a escuridão e atenuar o clima de insegurança.
"Mal fico aqui sozinha, a primeira coisa que faço é fechar a porta. Sei lá se não está alguém atrás de um carro. É perigoso até para as pessoas com mais idade, que vêm da missa das sete da noite, da igreja da Foz, por estas ruelas e está tudo escuro", contou Cristina Mesquita, 49 anos, do Salão Central Variações, afirmando que a situação se manteve quase um mês.
Processo "moroso"
A Autarquia confirma que "o diagnóstico e correção da avaria estão a ser mais exigentes e mais demorados do que o habitual". Mas a E-Redes garantiu, na passada sexta-feira, que o serviço na Foz Velha estava reposto. A situação foi confirmada por alguns comerciantes, ainda que recordando que "foram três semanas sem luz". A empresa esclareceu que a "resolução implicou a execução de trabalhos na via pública, tornando o processo mais moroso e complexo".
Já no Jardim do Passeio Alegre "não há luz há anos", afirmou António Alves, de 38 anos, do Chalé Suisso. Da Burmester, Luís Cerqueira, de 46 anos, diz que o cenário "é o normal". "Polícia já não há. Assim torna-se tudo um pouco mais inseguro", atira outro comerciante. "Dizem que não há lâmpadas iguais a estas [às luminárias do jardim]. É muito estranho. Já telefonei três ou quatro vezes para a EDP [E-Redes]", diz António Alves, admitindo que "desistiu".
Apesar de o cenário "não conferir com os registos da empresa", a E-Redes, depois de questionada pelo JN, "fez deslocar uma equipa operacional ao terreno, tendo sido verificada a existência de algumas novas avarias, cuja reparação se encontra já em curso". A empresa referiu mesmo que muitas vezes os materiais necessários "são específicos".
Câmara diz estar mais presente no reporte de avarias
Afirmando reconhecer "a necessidade de melhorar a prestação" do serviço de iluminação pública, a Câmara do Porto "reforçou a capacidade de intervenção do Município" desde maio passado, através da Águas e Energias do Porto. O reforço foi ao nível da identificação e reporte de avarias, coordenação e "suporte a uma célere resposta por parte do concessionário".
A Autarquia diz estar "convicta que se verificarão progressivamente melhorias". Desde 2006 que a empresa E-Redes é a concessionária de distribuição de energia elétrica em baixa tensão no Porto.