Imigrantes aprendem português: "Só sabia duas palavras: obrigado e bom dia"
Curso de português para estrangeiros junta 32 nacionalidades na Escola Alexandre Herculano, no Porto. Há 100 alunos matriculados e outros tantos em lista de espera.
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Lizbeth fala sempre a sorrir, e os olhos azuis - como o mar que sobrevoou para chegar a Portugal - iluminam-se de esperança quando conta que só sonha em voltar a trabalhar como farmacêutica, a profissão que deixou para trás quando, há quase um ano, decidiu sair de Caracas, na Venezuela, rumo a "uma vida melhor". Voltou a sentar-se nos bancos da escola aos 60 anos e está ao lado do herdeiro, de 23, para aprender a falar e a escrever em português.
Mãe e filho sentam-se junto à porta de uma das salas da Secundária Alexandre Herculano, onde, ao final do dia, confluem várias latitudes do globo: as aulas de Português Língua de Acolhimento (PLA) são concorridas, e a escola do centro do Porto é, na cidade, a que tem mais oferta para estrangeiros: há 100 matriculados de 32 nacionalidades e outros tantos em lista de espera.