São cerca de 30 pessoas a viver em situação de sem abrigo nas zonas da Boavista e do Carvalhido. Câmara e Segurança Social não esclarecem se os casos estão identificados.
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Dormem no chão, sob tendas improvisadas com plásticos, ou no interior de carros. Cozinham aninhados diante de braseiros assentes em pedras e comem sobre mantas estendidas no cimento da rua. Protegem-se do frio como podem, enrolados em mantas. Homens e mulheres, novos e velhos, mas todos imigrantes romenos a viver em ruas do Porto.
Na zona do Carvalhido, onde estão menos visíveis, os próprios contam mais de duas dezenas de pessoas de um total de 10 famílias; na Boavista, onde alternam entre a estação de metro da Casa da Música e o viaduto da Rua Domingos Sequeira, dizem ser uma só família, e serão cerca de uma dezena de almas. Sejam quantos forem, vivem sem condições mínimas: sem teto nem abrigo, sem instalações sanitárias ou salubridade. O JN questionou a Câmara do Porto, que, apesar de ter respondido ao mail enviado, não esclareceu sobre a situação dos imigrantes nem se a mesma está identificada pelos serviços municipais. Indicou, apenas, que "o Município coordena o NPISA Porto - Núcleo de Planeamento e Intervenção Sem-Abrigo", explicando que este "é composto por mais de 65 entidades públicas e privadas, fazendo o diagnóstico, planeamento e ativação das redes de resposta para PSSA [Pessoas em Situação de Sem-Abrigo]". Também a Segurança Social foi contactada, mas não respondeu em tempo útil.