Incêndio de Mirandela provocou prejuízos avultados na agricultura do vale da Vilariça
O incêndio que deflagrou no domingo no concelho de Mirandela deixou um rasto de destruição em culturas agrícolas, principalmente na zona do Vale da Vilariça, em Alfândega da Fé e Vila Flor.
Corpo do artigo
O presidente da Câmara de Alfândega da Fé, Eduardo Tavares, estima que o fogo deixou "largas centenas de milhares de euros de prejuízos", bem como "milhares de hectares de área ardida". O autarca refere que "os estragos são enormes, com danos avultados na agricultura", realçando que se trata "do incêndio com maior área ardida de que há memória no concelho e com mais prejuízos na agricultura".
Olivais, amendoais, pomares de fruta e vinhas ficaram reduzidos a cinza ou com culturas destruídas e improdutivos. "É uma calamidade", confessa o Eduardo Tavares, que quinta-feira vai reunir-se com outros autarcas e com o secretário de Estado das Florestas, em Vila Flor, para fazer o ponto da situação.
O fogo que deflagrou na freguesia de Barcel, Marmelos, Valverde da Gestosa, em Mirandela, na tarde de domingo, continua ativo esta quarta-feira, com mais de 300 operacionais e 104 viaturas envolvidos no combate.
O incêndio progrediu com "muita rapidez, devido ao vento, e chegou aos concelhos vizinhos, como Alfândega da Fé, Macedo de Cavaleiros e Vila Flor", deu conta João Afonso, comandante sub-regional de Emergência e Proteção Civil do Comando Sub-Regional das Terras de Trás-os-Montes.
As primeiras estimativas apontam parar cerca de seis mil hectares de área ardida. "Em Alfândega da Fé atingiu principalmente quatro aldeias: Vilares da Vilariça, Pombal, Vilarelhos e Valverde, onde há mais prejuízos. Não há vítimas, nem casas, nem armazéns ardidos, mas há muito equipamento de rega", acrescentou Eduardo Tavares.
"Foram decretadas medidas pelo governo, mas é preciso que tudo seja decretado de forma rápida e que os agricultores recebam ajudas", vincou o autarca.
Outro grande incêndio ocorreu em Freixo de Espada à Cinta, onde os graves prejuízos na agricultura e pecuária levaram o presidente da Câmara, Nuno Ferreira, a pedir que seja decretada a situação de calamidade.