Depois de ter sido dado como dominado (em fase de rescaldo e vigilância) cerca do meio-dia desta terça-feira, o incêndio de Penamacor registou um novo reacendimento, por volta das 14.30 horas, continuando a ser combatido por 419 operacionais, apoiados por 130 viaturas, sete meios aéreos e seis máquinas de rastos.
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Ainda assim, esse revés não compromete o trabalho de rescaldo e vigilância que os operacionais estão a fazer na maior parte do perímetro.
O incêndio teve início pouco depois das 16 horas de segunda-feira, em Aranhas, tendo entrado durante a noite no concelho de Idanha-a-Nova, através de Medelim, mas os bombeiros conseguiram travar as chamas. Uma outra frente causou preocupação na Bemposta.
Fotos: Miguel Pereira da Silva
Vários danos
As contas ainda não estão fechadas, mas este incêndio deixou um rasto de destruição, em Bemposta, Aranhas, Águas, aldeia do Bispo e aldeia de João Pires, a mais fustigada das povoações. As chamas destruíram várias estruturas, mas sem vítimas humanas a lamentar, como avançou o presidente da Câmara Municipal de Penamacor, António Luís Beites.
"Os prejuízos ainda não estão contabilizados, mas o fogo afetou pavilhões agrícolas, algumas casas que estavam desabitadas, animais e uma grande área florestal (olival, pinhal, eucalipto e sobreiros). Houve ainda algumas habitações em que o incêndio tocou, mas ficaram intactas, o que revela também muita prudência e cautela na prevenção dos proprietários", especificou.
O autarca recordou ainda que, a meio da tarde de segunda-feira, "houve necessidade de retirar algumas pessoas de casa por precaução" e que um operacional teve de ir ao hospital, "mas está tudo bem".
A Estrada Nacional 332, que faz a ligação Penamacor - Aldeia de João Pires - Medelim, esteve durante a tarde e noite encerrada ao trânsito.
Fotos: Miguel Pereira da Silva
Temperaturas altas e vento
As altas temperaturas e sobretudo o vento forte foram e são as maiores dificuldades que os bombeiros enfrentam.
Segundo o ponto de situação feito pelo comandante nacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), Mário Silvestre, Penamacor "é um incêndio completamente dominado pelo vento, tendo registado uma velocidade de propagação de aproximadamente 3500 metros hora [na segunda-feira à noite], traduzindo-se numa taxa de expansão de 235 hectares/hora". Apesar de carecerem de validação oficial, este incêndio já consumiu mais de 500 hectares.
O comandante sub-regional de Emergência e Proteção Civil da Beira Baixa, Pedro Nunes, confirma que a maior parte da área do incêndio está "em rescaldo e vigilância", mas "as temperaturas elevadas e o vento, que continua forte, não permitem ter uma previsão sobre como a situação vai evoluir".