Bombeiros espanhóis estão a ajudar os portugueses no combate às chamas no concelho de Vimioso. Um esforço transfronteiriço que está a dar frutos, apesar do risco para a aldeia de Vale de Pena.
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Com cerca de 60% do perímetro dominado e consolidado no incêndio de Argozelo, no concelho de Vimioso, Noel Afonso, comandante do Comando de Operações de Socorro das Terras de Trás-os-Montes, explicou que nesta altura o fogo tem uma frente ativa, que lavra em dois flancos que está a ser combatida por meios portugueses e espanhóis.
“Existe um risco de a frente de fogo chegar à aldeia de Vale de Pena [concelho de Miranda do Douro], mas estão muitos meios nessa localidade, que está protegida com bombeiros e militares da GNR, os acessos estão cortados. Em termos preventivos tudo está a ser feito para que a frente de fogo não chegue lá”, observou Noel Afonso.
O alerta para o fogo foi dado pelas 11.52 horas e desde o início contou com muitos meios no terreno. Segundo a página da Autoridade Nacional de Proteção Civil, estão envolvidos no combate 188 bombeiros, 50 viaturas de combate e 12 meios aéreos, a que se juntam ainda vários operacionais e equipamentos espanhóis, nomeadamente aviões.
“O combate aéreo tem sido decidido desta a primeira hora. Fizemos uma projeção muito musculada de meios aéreos, porque o incêndio teve início num local com um histórico de fogos com um comportamento extremo. Um vale muito encaixado nas encostas do rio Maçãs, o que dificulta a operação dos meios terrestres e aéreos”, explicou o comandante operacional.
Às 19 horas, no terreno mantinham-se 12 aviões, seis máquinas de rasto e 223 operacionais. “Cerca de 50% dos meios aéreos e das máquinas de rasto são espanhóis. Estamos muito próximos da linha de fronteira e há interajuda e ocorre de uma forma habitual e eficaz”, acrescentou.
Noel Afonso indicou que “o combate está a evoluir mais favoravelmente num dos flancos, com as máquinas de rasto a consolidar o terreno para evitar reacendimentos”.
Por agora os bombeiros esperam “uma noite longa pela frente, pois a nossa perspetiva é que o incêndio possa ficar dominado e consolidado na sua totalidade”, acrescentou.