Um incêndio, que começou na madrugada deste sábado, destruiu os armazéns da fábrica da Carmo Wood, no Montijo. O alerta foi dado às 4.19 horas com os edifícios da unidade já envoltos em chamas. Como não estavam trabalhadores nas instalações, só quando o fogo começou a ser visível é que foram chamados os bombeiros.
Corpo do artigo
Este complexo fabril de Pegões, situado na EN4 e onde está sediada ainda uma loja e um showroom, é uma das quatro fábricas da Carmo Wood em Portugal. que produz, entre outros bens, casas modulares, postes de madeira, vedações, estruturas agrícolas, tendo a madeira como principal matéria prima. A empresa, até ao momento, ainda não se pronunciou sobre os prejuízos nem sobre o futuro da fábrica e dos trabalhadores. A causa do incêndio é desconhecida e será investigada por uma equipa da Polícia Judiciária, que, ao final da manhã deste sábado, aguardava pela conclusão do trabalho dos bombeiros para entrar nas instalações para realizar a peritagem.
No momento em que as chamas deflagraram nos armazéns, não estava ninguém na fábrica. Só quando as instalações já estavam totalmente dominadas pelo incêndio é que a população se apercebeu e começaram a chegar os alertas às autoridades. Os meios de combate ao fogo foram mobilizados pelas 4.20 horas. Durante cerca de seis horas, estiveram mais de 60 operacionais dos bombeiros voluntários de Canha (Montijo), de Águas de Moura (Palmela), Seixal, Sul e Sueste (Barreiro), Pinhal Novo, Moita e Almada, apoiados por 21 veículos. De acordo com fonte do Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil da Península de Setúbal em declarações à Agência Lusa, o incêndio entrou em fase de rescaldo às 10.10 horas. No entanto, os trabalhos de combate ao fogo ainda não terminaram e vão prolongar-se ao longo de todo o dia de sábado. Serão "trabalhos demorados devido à carga térmica" no interior da fábrica, especificou a mesma fonte.
O comandante dos Bombeiros Voluntários de Canha, Urbano Emídio, especifica que o fumo ainda visível ao final da manhã de sábado tinha a ver o "combustível" de madeira ainda a ser consumido. "Estão a ser removidos dos destroços dos armazéns pelas máquinas da empresa" e, posteriormente, os bombeiros "encharcam essa madeira de água" para evitar reacendimentos.
"Já tinha proporções muito elevadas"
"Após o alerta do Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil da Península de Setúbal, foram enviados, de imediato, meios para o local e pedido o apoio necessário aos restantes corpos de bombeiros. Ao chegar aqui, deparámo-nos com um incêndio que envolvia completamente os armazéns, onde a carga térmica era muito elevada. Só ao fim de algumas horas é que foi dado como dominado", indicou o comandante, admitindo que o "prejuízo" possar "ser maior" pelo facto de, à hora a que as chamas deflagraram, não se encontrar ninguém nas instalações. À chegada dos bombeiros, o fogo "já atingia proporções muito elevadas".
Os edifícios ficaram totalmente destruídos. As contas ainda terão de ser feitas, mas estima-se que a empresa terá "centenas de milhares de prejuízos", calculou Urbano Emídio.
O combate foi difícil e obrigou a mobilizar muitos meios, porque os armazéns estavam carregados de madeira. "Era madeira completamente seca, em grandes quantidades, muitas delas já feitas em estilha, o que dificultou a operação", continuou. A própria estrutura dos armazéns era de madeira e a destruição foi total.
"Nesta fase de rescaldo, estamos a fazer a remoção de todo o aglomerado. A única forma de extinguir o incêndio é removar todo o material combustível para terminar a operação, que será demorada. Irá prolongar-se por todo o dia de hoje [sábado]. Sem a remoção das madeiras daquele espaço, não conseguimos extinguir as chamas", concretizou, ainda, o comandante, confirmando que não há feridos e os danos serão apenas materiais, até porque a fábrica não estava a laborar.