Um incêndio na garagem de um prédio de seis andares, na Maia, obrigou esta terça-feira à noite cerca das 21.00 horas, a evacuar os moradores que, perto da meia-noite, ainda permaneciam na rua devido ao fumo que invadiu as casas. Um carro e uma motorizada foram destruídos.
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Sem alarido mas com ar apreensivo, os moradores que ocupam 25 dos 30 apartamentos da Urbanização Mestre Clara, na Rua de Fernando Carvalho de Sá, na Maia, esperavam que os bombeiros lhes dissessem quando podiam voltar a casa. Eram 23.40 horas quando a responsável pelo condomínio veio à rua anunciar que o critério caberia a cada um. Com um aviso: cada habitação teria de ficar com janelas abertas para uma boa ventilação.
Eram 21 horas quando o alerta chegou aos Bombeiros Voluntários de Moreira da Maia. Com ventiladores, acompanhados por uma ambulância do INEM, os bombeiros viram-se aflitos para extinguir o fogo numa das duas garagens do prédio. O sistema de exaustão do piso deixara de funcionar, um automóvel Audi e uma "scooter" ardiam e o fumo intenso tornava o ar irrespirável.
"Começou a cheirar a fumo. Tocaram-me à campainha. Sai de casa e apercebi-me que a situação era grave. Começamos a sair das casas muito antes da Polícia e dos bombeiros chegarem, funcionou o boca-a-boca", conta Fernando Inácio, morador num dos rés-do-chão, que antes de saber que o vizinho Vítor Fazenda embatera com o carro numa parede na garagem, ao fugir do fumo, pensara que teria havido também uma explosão.
Paula Ferreira, moradora no primeiro andar, também saiu porque as campainhas das casas tocavam em sinal de alerta. "Entrei no elevador para ir buscar o carro à garagem. Quando ele parou e abri a porta levei com uma nuvem de fumo na cara. Deixei de ver. Carreguei num botão à sorte", contou ao JN.
Com a ajuda de Eduardo Vilas-Boas, pai de uma moradora e que ocupa um lugar na garagem, os bombeiros conseguiram chegar ao sistema de exaustão, que ficou destruído pelo incêndio. "As paredes estavam a ferver", contou. "O sistema derreteu e os fios ficaram à vista, pendurados", disse o chefe Carlos Barreiro, da corporação de Moreira da Maia. A sua grande preocupação era que ninguém ficasse em casa se houvesse muito fumo, por causa do monóxido de carbono.
Uma hora e meia depois do incêndio, já sem chamas, alguns moradores foram a casa acompanhados de bombeiros para abrir janelas e portas. Mas voltaram à rua, cortada ao trânsito pela GNR. E aí permaneciam perto da meia-noite.