Quatro dezenas de utentes do Lar/Residência da Fundação de São Barnabé, em Ferreira do Alentejo, foram retirados das instalações para uma unidade anexa desativada, este domingo, depois de um incêndio que deflagrou num equipamento numa casa de banho do primeiro piso do edifício.
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Foi o segundo incêndio naquela instituição, envolvendo o mesmo tipo de equipamento, num espaço de seis dias.
O sobreaquecimento de um extrator de fumos terá estado na origem do incêndio que deflagrou cerca das 22.35 horas de sábado e que posteriormente se propagou a uma cadeira de rodas.
A forte nuvem de fumo que alastrou pelo edifício de três pisos levou os Bombeiros Voluntários de Ferreira do Alentejo (BVFA) a retirar 40 utentes, na sua maioria acamados, "por existir o perigo de intoxicações" disse fonte da corporação ao JN.
"Face ao anterior episódio, não se podiam correr riscos e foi decidido retirar as pessoas para umas instalações anexas que aguardam nova vistoria da ANPC. Trata-se de uma situação de recurso", justificou a mesma fonte.
A instituição, que tem sede em São Barnabé, concelho de Almodôvar, explora outras unidades, nomeadamente em Moura e Beja, de onde se mobilizou pessoal para auxiliar os bombeiros no transporte e acomodação dos utentes, bem como a mudança de todas as camas para o espaço provisório, serviço que só foi dado como concluído cerca das 4 horas de domingo.
O Gabinete de Comunicação da Fundação São Barnabé referiu que "os familiares dos utentes foram avisados do ocorrido. A situação no edifício principal está normalizada e os utentes já regressaram aos seus aposentos. O local onde ocorreu o incêndio fica temporariamente encerrado até se avaliar o que aconteceu. O edifício que foi utilizado como recurso para acolher os utentes volta a ser encerrado".
No local do sinistro estiveram 14 operacionais dos BVFA, GNR e EDP, apoiados por seis viaturas.
Recorde-se que, em setembro 2015, um septuagenário, utente do Centro de Apoio à Terceira Idade (CATI), antigo Lar do Terreirinho das Peças, em Beja, gerido pela Fundação de São Barnabé, foi deixado à porta da instituição, depois da mudança para as novas instalações na Colina do Carmo, também na cidade alentejana. António Morgadinho, utente do CATI, a quem tinha sido amputada a perna esquerda, foi deixado na cadeira de rodas à porta da instituição, com os seus haveres dentro de sacos plásticos utilizados para o lixo.
A Segurança Social encaminhou o septuagenário para um lar em Barrancos. A administração da Fundação nunca prestou esclarecimentos sobre o caso.