Incêndio em Pedrógão: "Sinto o meu pai aqui todos os dias completamente feliz"
Sandra Rosa reconstruiu a casa junto à qual o progenitor morreu, há sete anos.
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Três anos após os incêndios de Pedrógão Grande, Sandra Rosa, 53 anos, trocou a agitação de Lisboa pela tranquilidade da aldeia de Nodeirinho. Reconstruiu as casas onde o pai, a tia e a prima perderam a vida, a 17 de junho de 2017, e transformou-as num alojamento local, ao qual chamou Quinta do Ti Vasco. “Sinto o meu pai aqui todos os dias, completamente feliz”, diz a instrutora de ioga.
Sandra Rosa conta que falou, pela última vez, com o pai na manhã do dia 17, por estar preocupada com os fogos, de que soube através da televisão. “Há sempre incêndios aqui, mas estão longe. Está tudo bem”, respondeu-lhe Vasco Rosa, para a tranquilizar. Quando se apercebeu da gravidade da situação, voltou a ligar-lhe várias vezes, mas ele nunca mais atendeu. Apesar de estranhar, nunca imaginou que o pai seria uma das 66 vítimas mortais.