Um incêndio que lavra desde as 22.47 horas de sábado no lugar de Parada, em Lindoso, Ponte da Barca, já atinge, este domingo à tarde, uma área de mato, floresta e campos agrícolas com cerca de 40 hectares e ameaça saltar o rio Lima, para a freguesia de Soajo.
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O ponto de situação feito às 15.40 horas pelo Comandante dos Bombeiros Voluntários de Ponte da Barca, Carlos Veloso, indicava que os meios tentavam evitar que o fogo alastrasse a zonas com aglomerados habitacionais na outra margem do rio.
“Neste momento pode-se dizer que o incêndio está calmo, mas já tivemos várias reativações e é isso que nos está a preocupar. A maior preocupação é não passar a encosta virada a Soajo, porque podemos ter aí aglomerados em perigo”, disse ao Jornal de Notícias o Comandante Carlos Veloso, adiantando que, durante a noite, o incêndio esteve próximo de casas, "mas as equipas foram eficazes e reduziram o risco”.
"A Proteção Civil costuma ter a situação controlada e, para já, ainda não estamos nessa fase de alerta, mas estamos a rezar para que o fogo não chegue aqui. Somos sempre muito fustigados pelos incêndios", disse o presidente da junta de Soajo, Alexandre Gomes, comentando que "o último grande incêndio foi em 2016 e costuma ser assim a cada oito, dez anos".
No combate ao incêndio estão 92 operacionais, com 25 veículos e oito meios aéreos.
“Temos a frente virada à barragem, que está com trabalhos com meios apeados, porque não há acesso a veículos, e um meio aéreo, a fazer a encosta virada a Soajo, para ver se [o incêndio] não passa o rio. Pode passar o Lima, dependendo da rotação dos ventos”, descreveu, indicando ainda que, “na cabeça e no flanco superior direito, se está a trabalhar com linhas de mangueira a reduzir os pontos quentes”. De acordo com o Comandante Carlos Veloso, o fogo atinge "uma extensão considerável, perto de 40 hectares em zona de rochedos, um povoamento de eucaliptal e pinhal, e em campos agrícolas está desgovernado".
Autarca pede reforço de meios
O presidente da Câmara de Ponte da Barca pediu, entretanto, mobilização de mais meios, sobretudo aéreos, para combater o incêndio que deflagrou no sábado à noite em Parada, Lindoso, encontrando-se muito próximo de habitações. "Precisamos de mais meios. Este terreno é acidentado e são necessários mais meios aéreos, urgentemente porque o combate apeado é muito difícil”, salientou, em declarações à Lusa.
Outros incêndios estão, este domingo à tarde, em vigilância em Vale e em Portela e Extremo, Arcos de Valdevez. O primeiro deflagrou às 23.23 horas de ontem, envolvendo agora 16 operacionais e quatro veículos. O segundo deflagrou este domingo, às 13.44 horas. Está já em fase de consolidação e rescaldo, com oito operacionais e dois veículos no teatro de operações.