O susto já passou, mas há ainda muitas horas de trabalho pela frente para os bombeiros. O incêndio que deflagrou na segunda-feira à tarde numa fábrica de sucata de Pedroso, no concelho de Gaia, já fez cinco feridos: quatro bombeiros e um funcionário da empresa e todos com ferimentos ligeiros.
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A última vítima foi um bombeiro que sofreu um traumatismo num braço durante a manhã de ontem e necessitou de tratamento na Unidade Local de Saúde (ULS) de Gaia.
A meio da tarde desta sexta-feira, as chamas já controladas continuavam a mobilizar 57 operacionais, apoiados por 26 veículos, de todas as corporações do concelho gaiense, de São João da Madeira, Lourosa (Feira), Fajões (Oliveira de Azeméis) e Espinho. Os bombeiros passaram a noite no combate ao fogo na Sucateira Constantino Fernandes Oliveira & Filhos, SA e, às 17 horas de ontem, o segundo comandante dos Sapadores de Gaia estimava que teriam, pelo menos, mais 24 horas de trabalho pela frente para extinguir as chamas.
Aos moradores em torno da sucata, foi recomendado que mantenham as janelas fechadas para evitar problemas de saúde e mal-estar devido ao fumo, enquanto várias toneladas de material ferroso ainda arderem. Isto, porque podem ser libertados gases perigosos.
Trabalho minucioso
“Criámos um perímetro de segurança em toda a zona que está em combustão para que não se propague. Os pontos sensíveis da sucata, como os vários armazéns, o tapete de recolha de metais, uma grua que avariou e uma tuneladora, estão protegidos por esse perímetro de segurança”, explicou, ao JN, o segundo comandante José Viana, sublinhando que as chamas estão a ceder aos meios no terreno.
O trabalho das corporações é muito “minucioso” e não pode ser apressado. Além do ataque ao fogo com água, estiveram cinco gruas da empresas a trabalhar durante a tarde para retirar o material ferroso em combustão, deixá-lo arrefecer e colocá-lo num local seguro. “São toneladas de material ferroso”, especificou José Viana. Como o incêndio não atingiu equipamentos críticos, a expectativa é de que, findas as operações, a empresa possa retomar a laboração a “curto prazo”, sublinhou o comandante dos Sapadores de Gaia, Rui Ribeiro, em declarações à Lusa.
Dos cinco feridos, o funcionário e três bombeiros foram assistidos por inalação de fumos. Após o tratamento, os operacionais voltaram para o combate.