
Caminho do Meio, Funchal
Duarte Sa/Reuters
Três pessoas morreram na terça-feira, no Funchal, na sequência dos incêndios que deflagraram no concelho na segunda-feira, disse, esta quarta-feira, fonte do Governo Regional da Madeira.
As mortes ocorreram na zona da Pena, na freguesia de Santa Luzia, na travessa Silvestre Quintino de Freitas, sendo moradores de duas das residências atingidas pelo fogo.
Na terça-feira, fonte do Governo regional já tinha adiantado a morte de uma idosa que estava acamada numa das habitações afetadas. A mesma fonte do governo regional adiantou que uma pessoa está dada como desaparecida.
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Os incêndios que deflagraram pelas 15.30 horas de segunda-feira no Funchal provocaram ainda dois feridos graves, cerca de mil desalojados, entre residentes e turistas, muitas casas e um hotel [Choupana Hills] foram consumidos pelas chamas, tendo o fogo descido à cidade na noite de terça-feira e afetado o centro histórico de São Pedro.
Os prejuízos materiais são avultados. Marcelo rebelo de Sousa deslocou-se ao local para se inteirar da situação.
As imagens dos fogos correm mundo e merecem destaque em órgãos de comunicação social de todo o mundo.
O Governo português acionou formalmente o mecanismo europeu de proteção civil e já obteve a resposta positiva de um avião Canadair italiano. Bruxelas anunciou depois mais dois aviões mobilizados por Espanha.
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As autoridades tiveram de evacuar dois hospitais, diversos hotéis, estando cerca de 600 pessoas no Regimento de Guarnição n.º3 (quartel do Funchal), 300 no estádio dos Barreiros e 50 no centro cívico de São Martinho.
O Governo Regional da Madeira dispensou os funcionários considerados não imprescindíveis de comparecerem ao serviço esta manhã para evitar um grande afluxo de pessoas no centro da cidade.
Também as consultas externas no hospital Dr. Nélio Mendonça, no Funchal, foram adiadas pelo segundo dia consecutivo.
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O Conselho do Governo Regional da Madeira decidiu solicitar apoio financeiro ao Estado para custear a reconstrução e recuperação das infraestruturas e atividades económicas e sociais afetadas pelos incêndios.
"Para fazer face a estas despesas, o Conselho de Governo decidiu solicitar de imediato o apoio ao Estado, nos termos previstos no Número 5 do Artigo 8.º da Lei das Finanças da Região Autónoma da Madeira", disse a secretária regional da Inclusão e Assuntos Socais, Rubina Leal, após reunião extraordinária do executivo regional.
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A governante salientou que, antes estabelecer uma verba para essa ajuda, é necessário efetuar o levantamento de todas as situações decorrentes dos incêndios, bem como das "necessidades imediatas de apoio" ao nível social, de saúde, das habitações, das atividades económicas e das áreas agrícolas e florestais. Rubina Leal explicou que este levantamento será feito no prazo de duas semanas.
A embaixada do Reino Unido em Lisboa enviou dois funcionários para o Funchal para apoiarem os cidadãos britânicos, sobretudo turistas, que se encontrem na ilha.
A embaixadora Kirsty Hayes manifestou também ao presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, a sua "consternação e solidariedade" face aos incêndios que deflagraram desde a tarde de segunda-feira na Madeira e que se têm propagado por vários concelhos do arquipélago.
As chamas estiveram, esta quarta-feira, muito próximo da Cidade Desportiva do Nacional, na Choupana. O perigo já não é tão iminente, mas os ventos mudam de direção constantemente, o que não tranquiliza em nada o emblema da I Liga portuguesa de futebol.
Refira-se que a equipa de futebol do Nacional treinou esta manhã na Camacha, dada a impossibilidade de o fazer no seu complexo desportivo.
