Independência da Ucrânia celebrada em Coimbra para lembrar que não é dado adquirido
O "Coração da Ucrânia em Coimbra" regressa no domingo ao Mercado Municipal D. Pedro V, em Coimbra, para celebrar os 34 anos da independência da Ucrânia, num dia dedicado à gastronomia, arte, cultura e inovação.
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"O objetivo é celebrarmos o Dia da Independência da Ucrânia e, ao mesmo tempo, lembrarmos que a independência não é um dado adquirido", aponta Olga Filipova, da organização.
A ucraniana acrescenta ainda que Portugal é um país que sabe que a luta pela liberdade existe e a Ucrânia "está a enfrentar isso agora e a lutar não só pela sua independência, mas também a defender as fronteiras da Europa".
Numa altura de conversações para a paz na Ucrânia, para Olga Filipova "é muito importante" mostrar que a união contribui para a paz. "Não são conversas vazias com os assassinos que vão levar o mundo à paz. É a união e a força do povo que vão fazer com que a democracia e os valores humanos prevaleçam e vençam", sustenta.
Cultura e independência
A iniciativa "Coração da Ucrânia em Coimbra" decorre entre as 11 e as 22.30 horas, no mercado municipal, com uma grande componente cultural, entre artesanato, gastronomia e dança.
"A cultura é uma parte muito importante na luta pela independência. A cultura, a língua, as tradições fazem parte da identidade de um povo e a exterminação cultural por parte da Rússia na Ucrânia é também parte da guerra e do genocídio", justifica Olga Filipova.
O evento inclui um workshop de ditados populares em ucraniano e português e uma oficina de Quilling, uma técnica criativa de transformar tiras de papel em obras de arte, ambos às 11 horas.
Além de uma apresentação, às 14.30 horas, sobre a expansão cultural, também o chef Oleksandr Ogorodnik, de Kiev, vai preparar, às 15 horas, o tradicional Banosh, prato das montanhas dos Cárpatos.
Os visitantes podem ainda, através de realidade virtual, explorar a zona de exclusão de Chernobyl, conhecer a Casa da Diplomacia ucraniana ou pilotar um drone.
O destaque é o concerto solidário dos UHF, às 18.30 horas.
Mercado cheio
Olga Filipova espera que o evento "corra ainda melhor e chame mais pessoas" do que no ano passado, acreditando num "mercado cheio", não só pelo evento em si, mas também pelas atividades. "Vejo cada vez mais a preocupação dos europeus com o que é que vai acontecer, porque acho que toda a gente percebe que não é só a guerra na Ucrânia, que está longe, mas é algo que está a acontecer na Europa e que, no fundo, tem impacto em todos nós", justifica.
Há ainda um fundo de solidariedade para apoiar iniciativas de ajuda à Ucrânia e da Associação VeraCausa. A entrada é gratuita.