Independentes: "O povo falou e ganhámos sem amarras"

Dormiu quatro horas depois de ter celebrado a vitória, mas chegou à sede de campanha a meio da tarde, como se nada fosse. "Logo às nove entrei no meu serviço", precisou o engenheiro mecânico Sérgio Costa ao JN, referindo-se à empresa Águas do Vale do Tejo, onde ingressou em 2005 e vai sair com licença sem vencimento para exercício de funções públicas: ganhou a presidência da Câmara da Guarda. Já tinha acontecido em 2013 e em 2017, quando integrou o executivo municipal liderado pelo atual eurodeputado Álvaro Amaro.

"Ligou a dar os parabéns, tal como alguns membros do Governo com quem espero trabalhar", evidenciou o antigo militante do PSD, que rasgou o cartão depois de ter sido preterido pelo partido, mas que venceu como independente. "O povo falou e ganhámos sem amarras", sublinhou, sem querer falar das guerras de poder que o afastaram do presidente em funções que, em junho do ano passado, lhe retirou a vice-presidência e os pelouros. "Não guardo rancores, mas por respeito a mim e a ele não quero repisar o assunto", disse.

Nascido em 1976, na localidade transmontana de Peso da Régua, Sérgio Costa, 45 anos, formou-se no Instituto Politécnico da Guarda e instalou-se na cidade onde casou e teve duas filhas. "Uma com 13 e outra com 18, que entrou agora na Universidade de Aveiro e que me acompanhou muito neste desafio", explica, a pretexto dos 600 quilómetros que diz ter percorrido a pé no concelho. "Começamos do nada, mas fizemos um trabalho de formiguinha", revelou o autarca que, logo na pré-campanha, percecionou que podia sair vitorioso.

"Agora não se esqueça da transparência e de falar verdade", lembrou uma apoiante que cumprimentou o novo presidente quando passava diante da sede de campanha, na praça velha onde se ergue a catedral. "Foi o nosso lema e é o que vai acontecer", afiançou. A começar com as contas de campanha, que vão ser pagas parcialmente pela subvenção do Estado. "O resto fica por conta dos donativos da população da Guarda".