A Câmara de Braga apresentou, esta quinta-feira, o projeto de criação do parque verde das Sete Fontes, um processo que está na "fase final de obtenção dos pareceres externos" e que, num primeiro momento, abrangerá uma área de intervenção de 8,6 hectares e um investimento previsto de 1,5 milhões de euros.
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Na apresentação do projeto, o presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, afirma que a obra já será lançada pelo novo executivo municipal e que o objetivo é criar um "parque ecológico e cultural" em torno do monumento nacional das Sete Fontes, adiantando que em causa estão sobretudo "intervenções de enquadramento" daquele espaço natural e arborizado.
"São intervenções para garantir a fruição e a circulação, com todo o conforto e segurança para as pessoas e para o próprio monumento, que queremos preservar, dando outro enquadramento a este local para que ele seja ainda mais atrativo do que já é hoje", vincou o autarca, que está a poucos dias de abandonar a liderança do município, cargo que será assumido no dia 3 de novembro pelo atual vereador do Urbanismo, João Rodrigues.
Ricardo Rio lembrou que, "dos 90 hectares que existem em toda a zona das Sete Fontes, 30 serão cativados para a área florestal, 30 serão urbanizados e 30 serão utilizados para este parque verde", que considerou "absolutamente essencial" para a cidade.
O ainda presidente da Câmara de Braga disse que quando assumiu funções, em 2013, o município "não era proprietário de um único metro quadrado deste parque" e que nos últimos anos, "por via da negociação direta ou do avanço da delimitação das unidades de execução", essa situação "alterou-se radicalmente". Neste momento, segundo Rio, a Câmara de Braga tem disponível uma área de 18,6 hectares para poder implementar o projeto. "Aquilo que eu desejo é que as imagens virtuais que agora vemos sejam transformadas em realidade", enfatizou.
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Proteger monumento
O arquiteto Luís Guedes de Carvalho salientou que a intervenção inicial vai situar-se na parte sul do parque e que coincide com duas zonas de construção, uma já em andamento e outra em projeto, prevendo-se que a circulação principal seja feita por dois caminhos paralelos ao monumento das Sete Fontes.
Estes caminhos serão pavimentados em saibro, calçada de granito ou decks de madeira, com uma largura de três metros, permitindo que sejam também percorridos de bicicleta. Para complementar a circulação haverá uma rede de caminhos secundários, transversais ao vale, que aproveitam trilhos existentes ou antigos muros de propriedade.
Os atravessamentos do monumento serão realizados apenas em pontos controlados, através de estruturas metálicas leves, preservando a integridade histórica. O desenho do parque define clareiras multifuncionais, com destaque para a clareira do lago, a ser concretizada na primeira fase. O sistema hídrico é um dos elementos estruturantes desta fase, composto por dois charcos e um lago interligados, que asseguram a drenagem natural, a infiltração e o reaproveitamento das águas pluviais.