<p>O medo e o clima de insegurança espreitam dentro e fora da Escola Secundária da Maia. "Quando saio das aulas tenho receio de ser assaltado", revolta-se um dos alunos. A crónica falta de funcionários tem contribuído para agravar problemas.</p>
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"Os roubos são em série", repete Pedro Miguel, aluno da Escola Secundária da Maia, à Rua de Luís Vaz de Camões, a dois passos do centro urbano e dos complexos desportivos de ténis e ginástica. "De noite e de dia, sucedem-se os assaltos a carros. Mesmo estando estacionados à porta da escola são roubados", garante.
O professor Afonso Magalhães acompanha as críticas do aluno: "Existem cenas desagradáveis, roubos, agressões, consumo de drogas", denunciou. Ao JN, mostrou-se "preocupado" com o clima de insegurança e, sobretudo, "revoltado" com o sentimento de impunidade."Fico com a impressão que nada acontece", diz.
Os protestos são unânimes e viram-se para a "sistemática" falta de recursos humanos. "No ano passado, havia cinco funcionários até à meia-noite. Este ano lectivo, só existem duas pessoas até às 22. 30 horas, para dar resposta ao bar, papelaria e reprografia. O porteiro vai embora às 10 da noite e a escola fica entregue à sua sorte. Como é possível?", perguntou outro aluno da Secundária da Maia.
Sem biblioteca aberta para os alunos dos cursos nocturnos (metalomecânica, informática, electrotecnia, entre outros) e, como tal, excluídos de consulta de livros e acesso à Internet, os estudantes mostram-se "indignados" com a falta de policiamento e segurança.
"Quando tenho aulas até bastante tarde, procuro sempre olhar antes da sair. Nunca sei quem está cá fora. Não há policiamento, iluminação suficiente. O local é convidativo ao crime", recordou outro estudante do 12.º ano.
E de quem é a culpa de tanta insegurança à solta?, perguntou o JN à vice-presidente do Conselho Executivo da Secundária da Maia, Lucinda Maia. "Da DREN (Direcção Regional de Educação do Norte)", responde prontamente e sem tibiezas. "Já enviámos vários ofícios e, no primeiro período, deram-nos um crédito de horas (288 horas) para contratar tarefeiros em regime de part-time. A solução foi ineficaz e não resolveu o probelma", respondeu a docente.
O professor Afonso Magalhães acompanha-a no problema. "Os alunos têm razões para andar preocupados. A escola é muito grande. Tem cerca de 1230 alunos. A DREN aconselha-nos a contratar tarefeiros, mas quando eles começam a conhecer os alunos, professores e pessoal auxiliar acabam os contratos e vão embora. Como é possível saber quem é quem"?, interroga.
O JN contactou, mais de uma vez, o porta-voz da DREN, que prometeu dar uma opinião sobre os factos, mas até ontem não tinha obtido qualquer resposta.