Na zona da Pasteleira, no Porto, a Casa de Acolhimento à Criança e ao Jovem em Risco recebe, diariamente, mais de 230 crianças, sendo local de brincadeira, mas também de aprendizagem, desenvolvendo um trabalho assente na igualdade de oportunidades.
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"É uma casa que trabalha para a criação de oportunidades". É assim que Selma Guedes, educadora social da Casa de Acolhimento à Criança e ao Jovem em Risco, descreve a Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), que faz parte do Centro Social da Paróquia de Nossa Senhora da Ajuda, no Porto.
A instituição, que tem a Pasteleira como zona de intervenção, funciona com as valências de creche (53 crianças), pré-escolar (75), centro de atividades dos tempos livres (60) e centro comunitário (50 jovens). "Somos a primeira linha de apoio às famílias", resumiu a técnica, visivelmente "grata" por esta ter sido a instituição beneficiada pela campanha de Natal do JN Solidário.
De acordo com Selma, o valor angariado pelo JN, com a ajuda dos leitores (2500 euros), "servirá para substituir parte das cadeiras das salas do pré-escolar". "As que temos, em madeira, já foram oferecidas em segunda mão e têm parafusos a cair. Precisamos entre 60 e 70", indicou.
Havendo mais mecenas interessados em ajudar a IPSS - até porque se trata "de uma casa muito grande" - Selma referiu que também vão precisar de renovar "os conjuntos de almofadas de cada sala em que as crianças se sentam para ouvir histórias", dando conta que equipar cada espaço "custa cerca de 400 euros". E acrescentou: "Infelizmente os equipamentos específicos para crianças são muito caros".
Mas Selma também faz questão de salientar que recebem "todo o tipo de brinquedos em segunda mão, desde que em bom estado", como uma cozinha de brincar, em madeira, que ainda está pousada num dos corredores de acesso às salas da creche e do pré-escolar, que fará as delícias da pequenada.
Todavia, para além da brincadeira, a Casa de Acolhimento à Criança e ao Jovem em Risco é também "o local onde as crianças estudam, fazem os trabalhos de casa, e recebem colo", descreveu Selma, contando que diariamente "começam a chegar à instituição por volta das 7.30 horas e muitas vezes, por conta do trabalho dos pais, só vão para casa às sete da tarde".
Para isso é preciso uma logística muito apoiada nos 36 funcionários, entre educadoras, assistentes sociais, animadoras, cozinheiras, empregadas de limpeza e até um motorista". Já a Direção, liderada pelo padre Domingos Oliveira, é totalmente voluntária.
"Com o nosso trabalho pretendemos contribuir para o desenvolvimento pessoal e social das crianças e dos jovens e para o crescimento das suas famílias. Este é um trabalho assente na igualdade de oportunidades, realizado em cooperação e orientado pela participação e responsabilidade de todos os envolvidos, dando uma atenção privilegiada aos grupos mais vulneráveis social e economicamente. Acreditamos que cumprimos a nossa missão pela originalidade que nos caracteriza e pela permanente preocupação de acolhimento ou inclusão daqueles com quem trabalhamos", concluiu Sara Cerqueira, diretora técnica da IPSS.