Instituto da Natureza confirma abate de javalis na Arrábida “com todas as condições de segurança”
Ação levada a cabo por dois caçadores credenciados na Serra da Arrábida numa altura em que todos os restaurantes estavam encerrados. PAN denunciou que os animais foram abatidos a tiro em frente a crianças.
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O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) confirmou o abate de seis javalis na serra da Arrábida mas garantiu que estavam reunidas "todas as condições de segurança para pessoas e bens".
O episódio foi denunciado no Parlamento pela porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, onde ressalvou que os animais foram mortos a tiro em frente a crianças. A ministra do Ambiente, Maria da Graça Carvalho, disse ter ficado "muito triste" e que tal não se podia repetir.
Ao JN, o ICNF assegurou que "todos os restaurantes e apoios de praia já se encontravam encerrados e foi verificado previamente que na área envolvente já não havia pessoas".
A "ação de correção de densidade extraordinária" foi levada a cabo "por dois caçadores devidamente credenciados" e acompanhada "por dois técnicos e dois Vigilantes da Natureza do Parque Natural da Arrábida, de modo a garantir o cabal cumprimento de todas as condições de segurança e o enquadramento legal da operação", explicou o instituto.
Segundo o ICNF, os animais circulavam livremente na área da praia e na floresta. "Existem relatos de tentativas de ataques a veraneantes (roubo de malas/mochilas/comida), bem como a residentes em casas de alojamento local no Portinho da Arrábida, estragos nas praias (espalhamento do lixo dos caixotes) e em jardins e presença nas estradas", representando um risco para a vida humana.
Por fim, o instituto referiu que a presença dos javalis é cada vez mais alvo de queixas dos concessionários das Praias do Portinho da Arrábida e do Creiro, notando a importância de "garantir o equilíbrio entre a salvaguarda de pessoas e bens, entre as demais espécies que ali ocorrem e seus habitats, e o bem-estar animal".
Recorde-se que o Clube da Arrábida também garantiu ao JN que a lei foi cumprida e que estão previstas "ações de correção de densidade populacional" desta espécie, que tem motivado queixas por parte de moradores e banhistas.