O Instituto Superior Miguel Torga (ISMT), em Coimbra, lança um conjunto de pós-graduações e cursos breves, através da nova Escola de Coimbra, quando ainda não sabe se terá de fechar depois de ter sido chumbado pela Agência de Avaliação e Acreditação Do Ensino Superior (A3ES).
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A Escola de Coimbra vai disponibilizar cerca de 40 cursos breves e 12 pós-graduações, já a partir de meados de outubro. Em janeiro, lança dois MBA (pós-graduação destinada a administradores e executivos das áreas de gestão). A oferta formativa pretende ser uma resposta às necessidades dos municípios, empresas e setor social, nomeadamente na Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (CIMRC), proprietária do ISMT.
"A Escola de Coimbra é o modo que o Instituto Superior Miguel Torga tem de responder a necessidades e pedidos concretos dos atores dos 19 municípios da região de Coimbra e, respondendo a esses pedidos, responde aos de todos os municípios do país", indica Manuel Castelo Branco, presidente da direção do ISMT.
Plano formativo flexível
A oferta formativa abrange as áreas da informática, ciências sociais e do comportamento e direito, mas também da engenharia, arquitetura e urbanismo. As inscrições estão já abertas.
Os cursos serão lecionados presencialmente, online ou em formato misto. O valor dos cursos breves é variável, já as pós-graduações têm um custo médio de 1500 euros.
Sara Lopes Borges, diretora da escola, aponta que a ideia é "nunca ter o plano formativo fechado", podendo ser divulgado um curso novo a qualquer momento.
Já Manuel Castelo Branco salienta que, nos cursos breves, não há a preocupação de ter lucro com as autarquias, sendo que a receita virá de fora dos municípios da região.
Sem riscos
Para Manuel Castelo Branco, não há risco em avançar com estes cursos, face à decisão da A3ES de não acreditar a instituição. Uma decisão que está a ser contestada em tribunal. "O único risco que há é de quem frequenta ter formação de elevadíssima qualidade", salienta.
Com um novo ano letivo à porta, Manuel Castelo Branco mostra-se "francamente otimista" e aponta que a instituição está "em perfeitas de condições de funcionar". "Estamos absolutamente crentes que não houve fuga de alunos. A questão tem a ver com os novos alunos. Os pais, naturalmente, ainda têm algum medo. É o dano que a A3ES quis intencionalmente provocar", afirma.
Segundo Manuel Castelo Branco, os novos alunos "podem vir à vontade", notando que, mesmo que houvesse encerramento, os alunos "nunca seriam prejudicados", porque, "por lei, têm de ser colocados numa escola da região".