Rapaz de 14 anos, de ascendência brasileira, foi "violentamente" atacado por outro aluno, denunciou a mãe, que estranha a postura da direção da Básica D. Jorge de Lencastre.
Corpo do artigo
Um rapaz de 14 anos foi alvo de insultos racistas e "agressões violentas" dentro da escola em Grândola por um colega mais velho, contou a mãe da vítima ao JN. O caso ocorreu na tarde de ontem, quinta-feira, no recreio da Escola Básica D. Jorge de Lencastre, em Grândola. De acordo com Miriam Gomes, o seu filho Miguel, de ascendência brasileira e nacionalidade portuguesa, estava no recreio com colegas quando foi alvo de insultos racistas por um colega de 16 anos. "O meu filho pediu para que parasse com os insultos, mas o rapaz agrediu-o violentamente, primeiro com um golpe 'mata leão' e depois com murro e pontapés quando estava já no chão".
Miriam recebeu o telefonema do filho perto das 16 horas a contar o que aconteceu, "queixava-se de dores e fui logo ter com ele à escola", relata. Para sua surpresa, ninguém da direção tinha sido informado sobre o que aconteceu e foi a própria que levou na sua viatura o rapaz para a Urgência Básica do Centro de Alcácer do Sal. No centro de saúde, o rapaz foi imobilizado com um colar cervical e submetido a exames de despistagem de danos na coluna.
"Felizmente não houve danos permanentes, mas podia ter ficado paralisado devido ao ataque", afirma a mãe, que regressou a casa pelas 21.30 horas, após o filho ter alta.
Queixa na GNR
Miguel não regressou à escola esta sexta-feira, está a recuperar, mas a mãe dirigiu-se à GNR para apresentar queixa. "Na GNR fui informada de que por ter sido uma agressão dentro da escola, que tinha que ser a própria escola a denunciar para que o caso seguisse para tribunal, o que não aconteceu".
Miriam dirigiu-se à escola para falar com a direção. "Primeiro disseram-me que tinha que falar com o diretor de turma, mas isto aconteceu no recreio, não na sala de aula e consegui então falar com a direção que me informou que iam analisar o que tinha acontecido, comunicar às autoridades e que no espaço de três semanas podia ter uma resposta", afirma Miriam Gomes, que se diz surpreendida por não ter sido acionada a GNR no momento das agressões.
O JN entrou em contacto com a GNR que confirmou só ter tido hoje conhecimento da agressão. Os militares da Escola Segura dirigiram-se à escola para se inteirarem do sucedido.
O JN questionou a direção da Básica D. Jorge de Lencastre sobre que medidas iam tomar, mas não obteve esclarecimentos. Também o Ministério da Educação não respondeu se teve conhecimento do sucedido.