Carlos Tavares, presidente da Associação Círculo de Estudos do Centralismo (ACEC), defendeu, na quinta-feira, a necessidade de um verdadeiro "choque estratégico para o interior", durante a sessão "Novos Desafios do Interior", que juntou diversas figuras da vida pública nacional no Palácio de Mateus, em Vila Real.
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A sessão, coordenada pelo Economista e Gestor Jaime Quesado, foi organizada pelo Grupo SHARING KNOWLEDGE, em colaboração com a Fundação da Casa de Mateus e a delegação de Vila Real da SEDES.
O debate contou com a participação, para além de reputadas figuras que têm abordado este tema (Miguel Cadilhe, Arlindo Cunha, Guilh1erme Costa, Fontainhas Fernandes, entre outros), com vários representantes da sociedade civil - incluindo as gerações mais jovens - que apresentaram várias ideias e propostas para o futuro.
Segundo Jaime Quesado, a ideia de realizar esta sessão em Vila Real, num local tão simbólico, prende-se com o imperativo de reposicionar o tema da falta de coesão territorial numa dimensão muito prática e de mobilizar os atores económicos e do conhecimento para a aposta em novos projetos de investimento e desenvolvimento que consigam atrair capital e talentos para territórios cada vez mais desertificados.
Atração de capital
Carlos Tavares defendeu, na sua intervenção inicial, a necessidade de um verdadeiro choque estratégico para o interior, com "a definição de metas claras em termos de atração de capital e de um novo modelo de organização territorial, com mais enfoque na criação de valor e na melhoria dos indicadores económicos e sociais".
Para que tal seja conseguido, segundo o antigo Ministro das Finanças, Miguel Cadilhe, será necessário revitalizar instrumentos de política pública que incentivem os empresários a escolher o interior para as suas decisões de investimento.
Também nesta matéria, segundo Arlindo Cunha, com atuais responsabilidades na área dos vinhos no Dão, importa atuar sobre os fatores de contexto e reforçar o sentido de inteligência coletiva nas comunidades locais.
Uma agenda que não se faz por decreto, segundo o antigo reitor da UTAD, mas que implica um verdadeiro compromisso com a inovação e o conhecimento e com a capacidade de atrair e reter os melhores, como bem deram nota alguns dos jovens presentes.