Investimento do Estado nas redes de transporte quase só serviu para manter os serviços
Desde 2019, foram investidos 684 milhões nos transportes rodoviários, mas a maior parte foi usada para garantir os serviços essenciais.
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Menos de cinco milhões de euros foram investidos entre 2019 e 2022 no reforço da rede de transporte público rodoviário em Portugal. A densificação da oferta, como a criação de novas carreiras, o prolongamento de linhas e o aumento de frequências, vale apenas 0,72% do investimento total (684 milhões) feito pelo Estado e pelos municípios ao abrigo dos programas de Apoio à Redução Tarifária nos Transportes Públicos (PART) e à Densificação e Reforço da Oferta de Transporte Público (Protransp). A maior fatia tem sido usada para pagar aos operadores, de modo a que não cortem serviços essenciais, compensando-os pela perda de receita resultante da redução da procura.
A pandemia de covid-19 mudou o negócio, com a fuga abrupta de clientes. Mas o ano de 2022 foi de recuperação. Na Área Metropolitana do Porto, o número de pessoas que viajaram no transporte coletivo ultrapassou o recorde de 2019 e, na maioria das comunidades intermunicipais, verifica-se um regresso dos utentes (com exceção de Tâmega e Sousa que continua a perder). No ano passado, registaram-se cerca de 700 milhões de passageiros (em 2019, tinham sido 748 milhões).