<p>O IP4 vai ser reaberto ao trânsito amanhã, pelas 16 horas, segundo informou a empresa concessionária. Até lá, os operários desdobram-se em tarefas de desmontagem e de remoção do que resta da estrutura de suporte do viaduto que ruiu e matou uma pessoa. </p>
Corpo do artigo
Os trabalhos de limpeza da via não param, dia e noite, desde o resgate da única vítima mortal (um empresário de Matosinhos, com 43 anos) da derrocada ocorrida na noite da passada quarta-feira. O asfalto já está sem o amontoado de ferro, mas, por enquanto, ainda está intransitável. Além de irregular, pela queda do betão e do ferro, ainda há alguns destroços por remover naquela zona.
Por outro lado, a armação do viaduto, que levou dias a montar e obrigou ao corte do trânsito durante a noite, vai ter que ser toda retirada, para que se proceda à sua remontagem. Só nessa altura será possível avançar, de novo, com a construção do novo viaduto, erguido no âmbito do alargamento do IP4.
Segundo conseguimos apurar, o facto do atravessamento ter uma inclinação acentuada e uma ligeira curva terá contribuído para o desmoronamento. O plano inclinado obriga a que o betonamento seja feito de baixo para cima. Assim se explica, portanto, que num dos lados do viaduto, aquando da queda da estrutura, ainda não houvesse cimento. No momento da derrocada, estariam cerca de oito toneladas de betão em cima da cofragem.
Com o IP4 cortado, o trânsito circula de forma mais lenta, em virtude do desvio pela EN15. Na origem deste facto está, principalmente, o elevado número de camiões que fazem a ligação litoral/interior. O desvio está sinalizado e está a ser regulado por elementos da GNR.
O Instituto de Infraestruturas Rodoviárias salvaguardou que a obra onde aconteceu o incidente é da responsabilidade da concessionária e não do Estado. Ainda assim, tomou a decisão de nomear uma comissão de inquérito independente, no sentido de averiguação as eventuais causas técnicas do acidente.
O Instituto realça que não foi ainda possível apurar as causas da derrocada, que, "de acordo com informação prestada pela concessionária", a Auto-Estrada do Marão, ocorreu quando se realizavam obras de betonagem para construção da passagem superior, para restabelecimento da EM570.
Conforme foi noticiado pelo JN, o desabamento do viaduto em construção, em Amarante, provocou a morte de um homem de 43 anos (o automóvel em que seguia foi apanhado pelos destroços da derrocada) e ferimentos ligeiros em oito operários daquela frente de obra.