A covid-19 já obrigou a parar quatro barcos da pesca da sardinha. Depois do "José Dinis", do "Vírgilio Miguel" e do "Pedro André", esta quinta-feira foi o "Pedro Mariana" a encostar ao cais por causa de um caso positivo entre a tripulação.
Corpo do artigo
A chegada do vírus à pesca está a preocupar as organizações do setor. Entre positivos e obrigados à quarentena, são já mais de 80 os que estão impedidos de ir ao mar e os números podem aumentar nos próximos dias.
"Infetados são, apesar de tudo, poucos, mas uma vez que a bordo não conseguem garantir o distanciamento social, são contactos de risco e ficam todos obrigados a 14 dias de quarentena profilática", explicou, ao JN, o presidente da Propeixe, a cooperativa que agrega cerca de 30 barcos da sardinha a operar em Matosinhos.
12501743
Vila do Conde é, neste momento, o epicentro de um dos surtos que mais preocupa a Direção-Geral de Saúde (DGS) e que, agora, atingiu também a maior comunidade piscatória do país. Agostinho Mata admite estar "muito preocupado". É que ali, no porto de Leixões, "70% dos pescadores são de Vila do Conde e da Póvoa".
Depois de quase cinco meses a trabalhar sem casos, a covid-19 chegou à pesca há duas semanas. O "José Dinis" foi o primeiro a parar, com oito infetados (toda a tripulação).
Já esta semana, surgiu um positivo a bordo do "Virgílio Miguel". Os outros 19 testaram negativo, mas a Saúde exige que cumpram a quarentena. O barco parou.
12539692
Na quarta-feira foi a vez do "Pedro André", também com um caso positivo, e esta quinta-feira o "Pedro Mariana". Contas feitas, diz Agostinho Mata, há já 80 homens parados.
A autarquia anunciou esta quinta-feira que vai disponibilizar instalações para os pescadores da cidade cumprirem quarentena.