Um grupo de cidadãos colocou faixas de protesto na Avenida 5 de Outubro, em Lisboa, contra o abate de jacarandás. A decisão de retirada de exemplares identitários da capital tem gerado forte onda de contestação, mas a Câmara lisboeta não recua e começou, esta sexta-feira, a plantar novas árvores.
Corpo do artigo
A decisão da Câmara Municipal de Lisboa de abater 25 jacarandás e transplantar outros 22 na Avenida 5 de Outubro para construir um parque de estacionamento subterrâneo desencadeou, esta semana, uma forte onda de contestação de cidadãos, associações ambientalistas e várias forças políticas. Foi lançada uma petição contra o corte das árvores, que já reúne mais de 51 mil assinaturas, e colocadas faixas de protesto no local. Em resposta à polémica, a autarquia garantiu que realizaria duas sessões públicas de esclarecimento sobre o projeto, mas a intervenção de transplante de árvores arrancou antes, nesta quinta-feira, levando o PAN a anunciar que vai apresentar uma providência cautelar. Também os deputados da Iniciativa Liberal na Assembleia Municipal de Lisboa requereram uma audição urgente do Executivo na 4.ª Comissão Permanente - Ambiente e Estrutura Verde para "esclarecimento cabal da polémica". No entanto, o pedido ainda carece de aprovação da comissão.
A reunião desta quinta-feira entre o Município, o promotor do projeto urbanístico de Entrecampos e um grupo de peticionários contra o corte das árvore terminou sem consenso, não havendo "qualquer abertura" para alterar o projeto. Esta sexta-feira, sem aviso prévio, a Câmara começou a plantar jacarandás na avenida. À Lusa, fonte da Junta de Freguesia de Avenidas Novas, presidida por Daniel Gonçalves, sublinhou que foi "apanhada de surpresa" com a plantação das árvores, pois não houve qualquer aviso por parte da autarquia. Quanto ao corte e à remoção de 47 jacarandás, a Junta recusou, para já, pronunciar-se publicamente.