A tarde é de janeiro, mas está agradável com o sol a bater de frente na paragem de autocarro de Murgido, aldeia do concelho de Amarante, incrustada na Serra do Marão. É lá que Alzira, Irene, Guilhermina e Augusto costumam passar umas boas horas. É onde lhes vão cantar as janeiras.
Corpo do artigo
À paragem de autocarro de Murgido, Alzira, Irene, Guilhermina e Augusto chamam o “centro de dia”, por ser um ponto de convívio habitual.
Estes habitantes com idades entre 85 e 88 anos sentam-se ali à tarde a pôr a conversa em dia. “Coisas nossas, não é falar da vida dos outros”. Irene Briga deixa logo esta ressalva. Chega o autocarro que transporta a Tuna da Universidade Sénior de Amarante, cujos elementos ali vão tocar e cantar.
Fernando Moreira coordena o grupo: “Pessoal! Não fujam aí para trás. Cheguem-se à frente senão o som foge todo!”. E a seguir os primeiros acordes para marcar o ritmo: “Tum, nam, nam. Tum, nam, nam... La, la, ra... Deixem-me ver se a gaita toca (risos)”.