O presidente do Governo madeirense estimou em 1,3 mil milhões de euros os prejuízos causados pelo temporal que atingiu a região e afirmou-se confiante numa solução para a reconstrução, com o Governo central e União Europeia.
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Em declarações à TVI, Alberto João Jardim afirmou subscrever as palavras do primeiro ministro que, numa entrevista transmitida momentos antes, defendeu que a prioridade é garantir um quadro de cooperação e financeiro entre o Governo central e o Governo Regional para permitir a reconstrução rápida da Madeira, afirmando que este é um momento de "soluções" e não de "recriminações e disputas".
O temporal ocorrido dia 20 atingiu principalmente os concelhos do Funchal e Câmara de Lobos e causou pelo menos 42 mortos.
"É o momento para se mostrar aos portugueses que políticos que tiveram posições antagónicas bastante fortes, em momentos nacionais importantes, e que este país que tanta gente olhava com um sentido um tanto ou quanto negativo, nós somos capazes", afirmou o governante madeirense.
Alberto João Jardim diz querer dar um sinal aos portugueses para "sair deste clima de pessimismo", destacando o "relacionamento institucional" entre ambos os governos e que o "primeiro ministro está a fazê-lo muito bem".
Questionado sobre a Lei das Finanças Regionais, já aprovada pelos partidos da oposição no Parlamento, também o presidente do Executivo madeirense, tal como Sócrates, afirmou que "é uma coisa diferente do Orçamento do Estado" e disse acreditar que esta legislação será promulgada pelo Presidente da República.
"Temos de encontrar uma solução [a nível financeiro] para a reconstrução da Madeira. (...) Se para o primeiro ministro a metodologia é encontrar uma solução financeira única para fazer face aos problemas da Madeira, não vamos andar a discutir os quantitativos novos que resultam da Lei das Finanças Regionais".
Sobre os prejuízos provocados pelo temporal de dia 20, João Jardim lembrou que, nos últimos dois dias, a tempestade no Atlântico também causou alguns danos, pelo que estimou os custos totais em 1,3 mil milhões de euros.
"Tem de ser feita uma solução a longo prazo que vá permitindo à região arrancar já com a reconstrução e depois, com bastante tempo, Estado, região e União Europeia, juntos irmos resolvendo financeiramente essa questão", destacou.
Alberto João Jardim disse acreditar que dentro de dois anos toda a reconstrução das regiões afectadas estará concluída.
Confessando que a perda de vidas humanas foi o que mais o impressionou nesta catástrofe, admitiu que esta foi uma das piores semanas da sua vida, mas recusou "choraminguices".
"Há momentos em que um homem chora só. O Presidente do Governo tem de estar sempre firme e com um sorriso nos lábios, e depois, se for preciso chorar, faz com o travesseiro, porque o líder não anda a chorar cá fora", disse.