Requalificação da zona lisboeta, junto ao mosteiro dos Jerónimos, esteve envolta em polémica, mas a decisão foi "manter a tradição".
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O Jardim da Praça do Império, em Lisboa, foi, esta terça-feira, inaugurado, ao final de dois anos de obras. A remodelação custou 900 mil euros e esteve envolta em polémica por causa dos brasões em arranjos florais que representam as antigas colónias portuguesas e que houve quem quisesse que fossem retirados por estarem associados ao fascismo e colonialismo.
Acabaram por se manter, mas trabalhados em calçada portuguesa, depois de uma petição com mais de 15 mil assinaturas a exigir que não fossem apagados.
O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, recordou, esta terça-feira, que a manutenção dos brasões no Jardim da Praça do Império, em Lisboa, "foi uma polémica grande".
"Confesso que dois dos meus antecessores eram entusiasticamente a favor dos brasões, o presidente Eanes e o presidente Cavaco. O terceiro, Jorge Sampaio tinha a posição de respeitar o que existia", explicou Marcelo Rebelo de Sousa durante a visita ao jardim frente ao Mosteiro dos Jerónimos, em Belém.
Os brasões representam as 30 capitais de distrito de Portugal e antigas províncias ultramarinas, inicialmente apresentados em buxos (composições florais) e, agora, em pedra de calçada. A solução encontrada, afirmou o presidente da República, "foi um compromisso", já que "era difícil manter" os brasões florais e existiam "dúvidas sobre a sua sustentabilidade".
"A solução agora alarga o jardim, o número de bancos, a proximidade à fonte, cria sombras e respeita a ideia que os meus antecessores tinham: na Praça do Império é manter a tradição do império, se eles acharam bem quem sou eu", afirmou.
Dia de agradecer
O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, disse ser hora de, "uma vez por todas", deixar as fricções de lado. "É um dia de felicidade, para agradecer a todos aqueles que trabalharam, os artesãos e artistas.
Trata-se de um momento que estamos num jardim incrível, que chama turistas e lisboetas. [É altura] de, uma vez por todas, deixarmo-nos de fricções sobre o passado e construir no futuro".