Câmara informa que está a trabalhar com as associações locais para tentar mitigar o problema e que já foram abatidos 30 animais.
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As queixas somam-se. A população agrícola de Sever do Vouga está cansada dos estragos provocados por javalis nos seus cultivos. Por isso, tem recorrido à Câmara Municipal, com objetivo de ser encontrada uma solução para o problema. A Autarquia, por seu turno, garante que está a trabalhar junto das associações locais que gerem as Zonas de Caça Municipais (ZCM) e que, na sequência dessa parceria, já foram abatidos cerca de 30 animais.
Fonte da Câmara de Sever do Vouga adiantou esta quarta-feira ao JN que os danos causados pelos javalis são notados, "por exemplo, no cultivo de milho". "Os javalis vão lá e destroem as espigas, quando andam à procura de alimentos". Além disso, "já provocaram também acidentes rodoviários".
No total, por concessão - tutelada pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestal (ICNF) -, existem no concelho de Sever do Vouga quatro ZCM: Silva Escura, Rocas e Couto Esteves, Sever Sul e Dornelas. Cada uma é gerida por uma associação ou clube de caça.
Na sequência do "descontentamento crescente por parte da população", a Câmara de Sever do Vouga diz que reuniu com as diferentes associações, para encontrar soluções para o problema. "A expansão natural da espécie, o tipo de floresta, a redução e o modelo dos cultivos foram apontadas como as principais causas do aumento de casos", explicou a Autarquia liderada por Pedro Novo.
"Foi solicitado às associações que promovessem métodos de abate ou de afugentamento da espécie, que fossem solicitados pedidos de correção extraordinários ao ICNF e que fossem dedicadas mais jornadas de caça a esta espécie", explicou, ainda, a Câmara. Por seu turno, as associações referiram que estão dependentes das condicionantes legais, que impedem a caça junto às povoações e às zonas industriais, assim como das restrições dos períodos de caça, que limitam o abate de javalis.
Ao mesmo tempo, a Autarquia diz que as ações efetuadas desde o início do ano já permitiram "um total de abates muito próximo dos 30 exemplares, através de montarias e de esperas". Esse último método de caça, as esperas, "tem sido o mais eficaz no controle de exemplares". No entanto, segundo a Câmara, como se trata de uma ação "noturna e silenciosa, tem passado despercebida às populações a sua realização e os consequentes resultados".