João Gomes, membro da Concelhia do PCP de Ponte de Lima, foi deputado na Assembleia Municipal e candidata-se pela terceira vez consecutiva.
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A reversão do processo de constituição da empresa Águas do Alto Minho, "o retorno do controlo da água para o município", é uma das prioridades de João Gomes, 50 anos, candidato à Câmara de Ponte de Lima. Assim como uma maior dinâmica do comércio local, da agricultura familiar e da floresta. E a promoção da fixação de emprego qualificado e a captação de investimento de elevado valor tecnológico.
O que o motiva a candidatar-se a presidente da Câmara de Ponte de Lima?
A defesa do poder local democrático de Abril. Afirmamo-nos como a única força transformadora de esquerda, em quem os limianos podem confiar. A luta contra o paradigma do rolo compressor e autista, instituído por décadas de poder autocrático CDS. Este estilo antidemocrático tem imposto enormes atrasos e retrocessos ao nosso concelho, tem contribuído para a criação de muitos vícios, que são o combustível da gestão autárquica, gerando preferencialismos de determinados setores da vida económica, o mais relevante o das obras particulares.
Quais são as prioridades do programa eleitoral da CDU?
O nosso compromisso eleitoral é com as nossas populações. Defendemos a regionalização, fundamental para o desenvolvimento económico, social e cultural sustentado e equilibrado do concelho, reduzindo, de forma drástica, as desigualdades de tratamento por parte do município para com as freguesias. A reversão do processo de constituição da empresa Águas do Alto Minho e o retorno do controle da água para o município. Preconizamos maior dinâmica do comércio local, da agricultura familiar e da floresta, para acabarmos com a monocultura do turismo. E promoção da fixação de emprego qualificado e captação de investimento de elevado valor tecnológico
Como avalia o desempenho da maioria que está no poder?
Um desempenho conjuntural e a curto prazo, que vulgarmente é apelidado de "navegação à vista", sem estratégia ou planeamento com perspetiva de futuro, focado na ânsia de mostrar obra. Refém e gerido pelos tempos e processos eleitorais, com medo e ansiedade de perderem a maioria ou a Câmara, inauguram-se, publicitam-se adjudicações e futuras construções, assinam-se protocolos, convénios, atribuem-se subsídios e utilizam-se descaradamente meios de comunicação local, que são escassos, como forma de propagandearem tudo o que foi feito e promessas.
Qual é a sua expectativa em termos de resultados eleitorais?
Apresentámo-nos a estas eleições com candidaturas à Câmara, Assembleia Municipal e a 12 freguesias. Mais três do que há quatro anos. Apresentamos centena e meia de candidatos constituídos por homens, mulheres e jovens: 50% das listas às assembleias de freguesias onde concorremos são encabeçadas por mulheres. Os nossos objetivos passam pela eleição de um vereador CDU na Câmara e mais eleitos na Assembleia Municipal e nas freguesias.
Melhor
Melhor
Arranjo de algumas artérias. Algumas não sofriam obras há 50 anos.
Uma certa dinâmica cultural, nomeadamente aproveitando as estruturas do Teatro Diogo Bernardes.
Tem-se notado um crescente investimento.
Pior
Concessão da gestão das redes de água e esgotos.
Bastiões políticos e assimetrias nos apoios às freguesias.
Abusos e atropelos urbanísticos.
Falta de incentivo ao emprego jovem e qualificado.