Colocar os participantes no papel de mestres que comandam uma equipa de artesãos que, peça a peça, vai erguendo um dos mais emblemáticos monumentos de Portugal, o Mosteiro da Batalha. É este o desafio de Mosteiros, o novo jogo de tabuleiro criado pela Pythagoras, editora de Pombal, cuja apresentação decorrerá este sábado no monumento que o inspirou.
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David Santos-Mendes, gestor da Pythagoras, explica que Mosteiros pretende recriar os desafios inerentes à construção do monumento. "O jogo demonstra o sentimento vivido naquela época. Tal como os mestres de outrora, os jogadores têm de ser astutos para conseguirem levar a edificação a bom porto", assinala o responsável da editora, criada em 2012 e que conta já com 18 títulos editados.
Ao longo do jogo, que começa no ano zero de edificação do monumento, os participantes "recolhem e selecionam os recursos naturais existentes na região, como pedra e madeira, para depois os transformarem em peças de cantaria, esculturas e vitrais", usadas para erguer uma representação do Mosteiro.
"Historicamente, foi isso que aconteceu", salienta Joaquim Ruivo, diretor do monumento, que colaborou no projeto, desenvolvido ao longo de dois anos e que resultou de uma "profunda" pesquisa, não só sobre a história do monumento, mas também dos elementos que o compõem".
O objetivo, frisa o diretor da Pythagoras, passava por "criar um jogo que não fosse muito complexo" e que pudesse ser "internacionalizável", em linha com a estratégia da empresa de associar a componente lúdica à divulgação "do património e da história de Portugal", no nosso país e no estrangeiro.
À venda no estrangeiro
Para já, está garantida a comercialização no Japão, na Alemanha e países nórdicos, onde o Moesteios - designação galaico-portuguesa recuperada da carta de D. Manuel I que decretou a criação da vila da Batalha - se encontra à venda. Seguir-se-á Itália, país onde a publicação acontecerá no próximo ano.
"Há a expectativa de, nos próximos dias, fecharmos a venda da licença para mais países", adianta David Santos-Mendes, antigo professor de História que, em 2012, fundou a editora. "Queria que os jogos me ajudassem na tarefa de motivar os alunos e de ensinar de forma lúdica", conta o ex-docente, que acabou por deixar o ensino para se dedicar, em exclusivo, à edição de jogos de tabuleiro.
A par de Moesteiros, a editora vai fazer chegar ao mercado uma nova versão do Quinto Império, jogo com que iniciou atividade e que coloca os participantes "ao comando de uma caravela que navega pelo mundo à procura de novos destinos para colocar padrões dos Descobrimentos ou de portos comerciais". Vence aquele que "melhor dominar a arte de marear, quem construir mais monumentos nacionais ou padrões".
A Pythagoras soma já 18 títulos, incluindo o Lusitânia 21 lançado no mês passado na Holanda e que, este mês, chegará à Ucrânia, no âmbito de uma parceria recente com a editora local Lord of Boards. O maior sucesso internacional da Pythagoras é o jogo Café, já traduzido para 12 línguas, entre as quais o japonês, russo, chinês, sul-coreano e húngaro, e disponível em 15 países