Alunos e docentes do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave criaram "As Aventuras de Lexi", um jogo interativo direcionado para crianças que sofrem de dislexia.
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Uma menina percorre uma aldeia para cumprir uma série de tarefas - jogos de palavras - e, com isso, ganhar recompensas. Este é o mote do jogo "As Aventuras de Lexi", direcionado para crianças que sofrem de dislexia e que foi, recentemente, premiado pela Agência Nacional de Inovação (ANI).
Ultrapassar, de forma divertida, as limitações de aprendizagem é o objetivo do jogo criado pelos estudantes Aurora Nunes, Bruna Vieira e Roberto Pereira e pelo docente João Borges, do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA).
"Temos um problema social porque uma em cada cinco pessoas no mundo sofre com a dislexia. Normalmente, o tratamento é feito através da repetição, mas para uma criança isso é desgastante. É aqui que entra o jogo", revela ao JN o professor responsável pelo projeto, João Borges.
Sabemos que temos algo que realmente pode ajudar as crianças e saber que está a ser aceite a nível nacional é muito bom
O prémio atribuído pela ANI é o "reconhecimento do trabalho desenvolvido" e, por outro lado, dá novo "ânimo" aos criadores do projeto. "Este prémio traz gratificação, porque sabemos que temos algo que realmente pode ajudar as crianças e saber que está a ser aceite a nível nacional é muito bom", salienta Aurora Nunes, estudante de 20 anos.
Já para António Moreira, pró-presidente para a Inovação Pedagógica e Projetos Educativos do IPCA, este prémio "indica que há valor no caminho" percorrido. "Temos de fomentar ao máximo colaborações e empreendedorismo. Queremos que os nossos alunos sejam capazes de arriscar e que consigam sair da zona de conforto, podendo ser recompensados por isso", refere.
Para Bruna Vieira, de 23 anos, a envolvência no projeto teve um significado muito maior do que qualquer prémio, uma vez que, ela própria, sofre de dislexia. "Tenho alguma vergonha em admitir porque é uma dificuldade minha. Foi muito gratificante para mim. Eu precisava deste jogo há uns anos e, se calhar, hoje não tinha tanto medo de admitir a dificuldade que tenho", remata.
Marca registada
O jogo, destinado a crianças dos seis aos 14 anos, ainda não está a ser comercializado, até porque ainda não está terminado - faltam concluir três minijogos -, no entanto a marca já está registada.
O professor João Borges estima que seis meses chegarão para o colocar na rua, em diferentes modelos de negócio: disponível na playstore, para descarregar num smartphone; venda em massa a escolas e municípios, onde poderá ser jogado em computadores.
