José Luís Gaspar renuncia à presidência da Câmara de Amarante para assumir liderança da ULS
O presidente da Câmara Municipal de Amarante, José Luís Gaspar, anunciou esta sexta-feira, em conferência de imprensa, que vai renunciar ao mandato para assumir, na próxima segunda-feira, a presidência do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde do Tâmega e Sousa (ULS-Tâmega e Sousa).
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A renúncia será aprovada no domingo, em reunião extraordinária do executivo camarário.
Na sua declaração, José Luís Gaspar afirmou que a decisão de abandonar o cargo foi "extremamente difícil", mas que a encara como "uma oportunidade para continuar a servir a comunidade numa área essencial da vida de todos". O autarca sublinhou a sua motivação para enfrentar este novo desafio, assegurando que a continuidade da gestão municipal está garantida com Jorge Ricardo, atual vice-presidente da Câmara.
Gaspar rejeitou as críticas que apontam a sua nomeação para a ULS-Tâmega e Sousa como resultado de ligações partidárias, salientando a sua experiência em cargos de gestão, tanto no setor privado como na administração autárquica. "Aceitei este convite porque acredito que posso fazer a diferença e contribuir para melhorar a qualidade dos serviços de saúde prestados a mais de 500 mil portugueses", afirmou.
Durante a sua intervenção, Gaspar fez um balanço do seu mandato na Câmara de Amarante, destacando os principais investimentos e projetos concretizados ao longo dos últimos 12 anos. "Quando iniciámos este caminho, em 2013, comprometemo-nos com um projeto de desenvolvimento para Amarante, e hoje podemos olhar para trás com orgulho pelo trabalho realizado", disse.
Entre as principais conquistas, mencionou a requalificação de várias infraestruturas, o reforço da captação de investimento privado, a melhoria das acessibilidades e o desenvolvimento de projetos ambientais e culturais. "Foi o nosso compromisso resolver problemas antigos, devolver o rio à cidade, criar uma cultura de aproveitamento de fundos comunitários e tornar Amarante uma referência no turismo e na sustentabilidade", reforçou.
Sobre os desafios que espera encontrar na liderança da ULS-Tâmega e Sousa, Gaspar destacou a necessidade de melhorar a qualidade dos serviços de saúde e de gerir eficientemente os recursos disponíveis. No entanto, remeteu comentários mais detalhados para depois da sua tomada de posse. "A partir de segunda-feira, estarei totalmente dedicado a esta nova função e terei muito gosto em falar sobre os desafios da saúde com a devida profundidade", declarou.
Confrontado pelo JN com a sua posição critica à forma como tem sido feita a gestão do Hospital S. Gonçalo, em Amarante, no contexto regional do Tâmega e Sousa, Gaspar garantiu que mantém o seu pensamento critico sobre o funcionamento dos hospitais e que, a seu tempo, com a equipa administrativa da ULS, o assunto irá ser abordado.
Recorde-se que o Hospital S. Gonçalo, com tecnologia de ponta no domínio da cirurgia ambulatório, nunca correspondeu às expectativas da população, sobretudo de Amarante, desde a sua inauguração em 2012. Um dos motivos do desagrado prende-se com a falta de recursos que tem levado as sucessivas administrações hospitalares a centralizarem a operacionalidade no hospital de Penafiel, remetendo o hospital de Amarante para unidade de retaguarda, equipada com urgência básica. Com a nomeação de Gaspar para presidente da ULS Tâmega e Sousa, a expetativa dos amarantinos será grande.
No domínio autárquico, com a sua saída, Jorge Ricardo vai assumir a liderança da Câmara de Amarante, garantindo a continuidade do projeto político iniciado pelo atual presidente. "Tenho total confiança de que Jorge Ricardo dará continuidade ao trabalho desenvolvido e que Amarante continuará no caminho do progresso", garantiu Gaspar.
“Se não estivesse preparado para este desafio não estava aqui”, sublinhou Jorge Ricardo, instado pelo JN.
A renúncia de José Luís Gaspar marca o fim de um ciclo de 12 anos à frente da autarquia amarantina.