José Pedro Rodrigues: "A Câmara de Matosinhos não tem desculpa para falhar no básico"
José Pedro Rodrigues vai avançar, pela quarta vez, à Câmara de Matosinhos, convicto de que a população irá avaliar positivamente tudo o que a CDU fez quando teve os pelouros da Proteção Civil e Mobilidade, e com críticas ao PS, que diz incapaz de resolver problemas básicos quando tem o maior orçamento de sempre.
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O que o leva a pensar que, à quarta, vai ser de vez?
O resultado do trabalho nas áreas da Proteção Civil e da Mobilidade, com coisas muito significativas, como o acesso da A28 ao hospital e o reforço dos transportes públicos, e o significado que tiveram na vida das pessoas. Podem parecer pequenas medidas mas mostram que a CDU, quando teve oportunidade, cumpriu os seus compromissos e temos um programa capaz de resolver os problemas que se vão arrastando no concelho há muitos anos.
Qual será a maior prioridade da CDU?
Imediamente, é resolver o problema da péssima prestação do serviço de recolha de lixo. Internalizar este serviço é uma prioridade para que seja a Câmara a garantir a prestação direta deste serviço.A segunda, em simultâneo, é o aumento das equipas da Càmara em permanência a cuidar das ruas e dos passeios em Matosinhos, que estão a atingir níveis insuportáveis. Não compreendo como a Câmara de Matosinhos se gaba de ter o maior orçamento de sempre e simultaneamente os cuidados prestados aos cidadãos, como a recolha do lixo, a manutenção dos parques infantis, das zonas desportivas e do espaço público, estão muito degradados.
A Autarquia está a falhar no básico?
Sim e é uma Câmara que não tem desculpa para falhar no básico. Tem duas maiorias absolutas, só não faz o que não quer, tem dos maiores orçamentos da sua história mas falta organização e uma definição clara de prioridades. A fundamental devia de ser garantir a qualidade de vida dos matosinhenses, em particular no que diz respeito ao pavimento e passeios. Temos um problema de envelhecimento da população e é responsabilidade do Município tornar o espaço público inclusivo.
Outra questão que tem vindo a ser levantada nos últimos dias é a ambiental. Justificam-se tantos problemas ambientais e a praia do centro da cidade frequentemente interdita?
Há um problema sério com a Ribeira da Riguinha. Não faz sentido discutir se o emissário vai fazer descargas a 300 metros da costa. Isso é tapar o sol com a peneira. Não garante proteção ambiental nem saúde pública. Tem é que haver o investimento necessário para se acabar com as descargas poluentes. Este problema tem a ver com a construção de bastantes habitações e com a atividade económica na envolvente da Ribeira da Riguinha. O que faz sentido é discutir como acabar com este foco de poluição. Também é preciso fazer algo semelhante na Ribeira da Guarda, que faz descargas poluentes frequentes na Praia do Paraíso, em Perafita, o que também é uma preocupação.
Que outros problemas a CDU identifica no concelho?
Há três problemas sérios no concelho, que podem ter uma resposta eficaz da Câmara e não têm tido. O primeiro tem a ver com a falta de vagas nas creches e as dificuldades que isto gera nas famílias. A Câmara podia transferir os lugares dos jardins de infância das instituições para o parque escolar do Município. Existem dezenas de salas disponíveis. A outra resposta que é fundamental ser dada tem a ver com os idosos. Matosinhos tem 25% da população com mais de 65 anos, são mais de 40 mil cidadãos. Não obstante, apenas mil tem um apoio domiciliário estruturado. É fundamental aumentar as estruturas de apoio à terceira idade, por exemplo, através de soluções de habitação colaborativa que podem ser criadas nos conjuntos habitacionais do Município e alargar a parceria da Câmara com cooperativas e associações mutualistas, que permitissem criar nos estabelecimentos residenciais. Sinalizo também um problema em que há um consenso na sinalização mas não na solução. Matosinhos tem 1800 famílias em lista de espera para habitação e mais de metade dos matosinhenses enfrenta altíssimas taxas de esforço nas despesas com habitação. A Câmara podia tomar medidas para incentivar os proprietários dos sete mil fogos devolutos para os colocar no mercado de arrendamento a custos controlados. A Câmara pode exercer direito de preferência na aquisição de imóveis devolutos para habitação a custos controlados.