José Pedro Rodrigues: "Câmara de Matosinhos não pode desistir da manutenção da refinaria"
José Pedro Rodrigues é o candidato da CDU à Câmara de Matosinhos. O vereador reforça a necessidade de defender os trabalhadores do concelho.
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Com o objetivo de que o resultado das próximas eleições autárquicas permita à CDU "subir em mandatos e votos" tanto nas freguesias de Matosinhos como na Câmara e na Assembleia Municipal, José Pedro Rodrigues destaca a importância do partido no concelho e alerta para a necessidade de melhores ligações entre as zonas industriais e residenciais, reforçando a importância de explorar o turismo pela costa matosinhense.
Ser vereador com pelouros atribuídos condiciona uma candidatura?
Não condiciona. Pelo contrário. Creio que hoje é claro que a CDU assumiu responsabilidades em áreas tão exigentes e difíceis como a Mobilidade, os Transportes e a Proteção Civil e mostrou que há todas as razões para confiarem na CDU.
Como avalia a postura da Câmara no processo da Petrogal?
A Câmara não pode desistir da manutenção da refinaria e tem, junto do Governo e da Administração da Galp, que usar todos os argumentos para forçar isso. É um erro e uma mentira situar a refinaria no âmbito da transição energética.
Também a Super Bock e a Efacec têm apresentado dificuldades. Que papel deve a Câmara assumir?
Estamos a falar, de facto, de algumas grandes empresas. Muitas delas com uma relação próxima com a Câmara, do ponto de vista da responsabilidade social e envolvimento da comunidade, mas a Câmara nunca pode alhear-se da situação social dessas próprias empresas.
E tem-se alheado?
Nós não temos deixado que a Câmara se alheie e temos tido uma postura e uma voz ativa na defesa destes trabalhadores. Queremos que Matosinhos se desenvolva economicamente, mas que seja também uma terra de progresso e de justiça social.
No caso do hotel na praia da Memória, a Autarquia rejeita responsabilidades. Concorda?
Concordo que a Câmara, no que diz respeito ao hotel da praia da Memória, agiu em conformidade. As dunas de Matosinhos, nos últimos 30 anos, foram conhecendo alguma urbanização descontrolada que causou danos irreversíveis nas espécies.
Mas a Câmara tem sistemas de fiscalização...
Pois, precisamente. Ao longo destes 30 anos, essa fiscalização não foi suficiente para impedir um conjunto de construções em cima das dunas. Essa realidade tem vindo a ser revertida, mas faz falta um hotel a norte do concelho para desenvolver o turismo ligado à saúde.
Em que zona seria?
Mesmo em Perafita, 50 ou 100 metros atrás de onde estava a ser construído o hotel era ideal para concentrar, além de uma unidade hoteleira, um conjunto de serviços associados a este turismo e serviços de saúde.
Como prevê que se resolva a questão da ponte móvel de Leça da Palmeira?
É um dos problemas sérios e uma das preocupações grandes que temos. É hoje para nós evidente que faz falta uma terceira travessia entre Matosinhos e Leça da Palmeira.
Onde seria?
No PDM está definido que é precisamente no enfiamento entre a Avenida D. Afonso Henriques, em Matosinhos, e a Avenida António Macedo, em Leça da Palmeira. É um problema sério entre as duas comunidades.