Um jovem morreu e outro foi resgatado, esta quarta-feira, no rio Douro, em Valbom, Gondomar, quando tentavam atravessá-lo a nado.
Corpo do artigo
“Vi retirarem o corpo da água. Eram dois rapazes que estavam juntos, e um deles ficou no rio”, lamenta Andreia Mendes, que trabalha no bar Cantinho da Helena, de frente para as águas do Douro, em Gramido, Valbom, onde esta tarde se afogou um jovem de 23 anos.
“Nesta área vai-se até meio do rio com a água pelas canelas, e eles foram tentar arranjar uma parte onde mergulhar. Ele lá apanhou algum falso, um buraco qualquer, e o rio levou-o. Já foi recolhido da água sem vida”, conta a funcionária do café.
Faltavam 20 minutos para as 16 horas quando o alerta chegou aos Bombeiros de Valbom e à Polícia Marítima, que logo acionaram meios de socorro para o local, uma zona para “onde antigamente só se vinha pescar e que há três ou quatro anos começou a ser frequentada para banhos”, como testemunha Andreia Mendes.
Ao JN, o comandante da capitania do Douro, Silva Lampreia, explica que os dois amigos “quiseram atravessar o rio e começaram a sentir dificuldades. Um deles saiu da água pelos próprios meios, e o outro afogou-se”.
“Zona traiçoeira”
“A lancha da Estação Salva-Vidas do Douro detetou o corpo, e o tripulante mergulhou e trouxe-o para a superfície”, indica Silva Lampreia, referindo que “foram feitas manobras de reanimação, mas sem sucesso”.
Segundo fonte da corporação de Valbom, “o corpo foi resgatado a cerca de 15 metros da margem, e o óbito foi declarado às 16.30 horas, pelo médico da VMER do Hospital de Santo António”. A família e o amigo da vítima receberam apoio psicológico.
“Esta zona é traiçoeira. Há 20 anos, eu também ia ficando ali: tinha a água pelos joelhos, cacei um falso e fiquei sem pé”, recorda Andreia Mendes, que reconhece que “esta nem sequer devia ser uma zona de praia”. “Eu, que moro aqui, nunca viria para cá com os meus filhos. É uma zona suja, imprópria e perigosa, e não é boa para banhos”, conclui