Mais de meia centena de idosos da Póvoa de Lanhoso têm beneficiado desde 2010 de um programa de apoio social em que os jovens têm um papel decisivo. A ampliação do projeto já está em curso.
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Jovens e idosos em animada confraternização, participando juntos em danças de salão ou aulas de Informática? O cenário, improvável até no seio de muitas famílias, é uma realidade palpável na Póvoa de Lanhoso desde os últimos meses de 2010, altura em que o município minhoto, juntamente com outras seis localidades, criou o projeto "Vencer o tempo nas sete cidades".
Do lote, a Organização Mundial de Saúde incluiu Maia e Vila Nova de Foz Côa, além da Póvoa de Lanhoso, na rede de territórios amigos dos idosos, de que fazem parte uma centena de terras em todo o Mundo.
O que começou por ser uma iniciativa inserida no Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre Gerações logo ganhou foro de programa modelar, com a resposta positiva de dezenas de jovens povoenses ao repto lançado pela Autarquia de criarem vínculos com a terceira idade.
O programa chama-se "O meu amigo sénior" e prevê que idosos, crianças e adolescentes se encontrem uma vez por semana, partilhando experiências e desenvolvendo em conjunto atividades diversificadas.
"Quando estamos juntos, os idosos aprendem connosco e nós com eles. É uma permuta salutar", refere a voluntária Cátia Sofia Sousa.
Mais do que o número de envolvidos - 68 seniores e 61 jovens, com idades entre os 10 e os 19 anos -, foi o empenho revelado pelos voluntários do grupo que mais satisfez os mentores da iniciativa.
"As desistências não foram em número significativo. E muitas deveram-se a motivos de força maior, como obrigações escolares", adianta Sandrina Oliveira, coordenadora técnica de "Vencer o tempo nas sete cidades".
Nos cinco centros de convívio existentes no concelho (Esperança, Vilela, Sobradelo da Goma, Taíde e Universidade Sénior), as tardes de sexta-feira são há muito sinónimo de animação garantida para os seus utentes.
O impacto positivo do programa vem minorar o drama da solidão num dos mais envelhecidos concelhos do Minho. Dos 24 mil habitantes da Póvoa de Lanhoso, a Autarquia estima em mais de três mil o número de idosos isolados ou em estado de necessidade, o que torna premente a existência de projetos que visem minorar essas carências.
Por isso, apesar dos constrangimentos orçamentais, a Câmara garante que está já a pensar em novas formas de alargar esses apoios, até porque, segundo o edil Manuel Baptista, "as necessidades da nossa população são cada vez maiores".