Jovens ativistas aprovam em Lisboa manifesto para reformar cimeiras do clima da ONU

Manifesto vai reivindicar às delegações nas cimeiras climáticas que cumpram "critérios mínimos de representatividade"
Foto: Simon Wohlfahrt / AFP
Jovens ativistas lusófonos aprovam, segunda-feira, em Lisboa, um manifesto para reformar cimeiras do clima da ONU, para que haja maior representação de jovens e mulheres nas reuniões diplomáticas, de acordo com um comunicado enviado à Lusa.
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A conferência "Paving the Way to COP30", coorganizada pela organização portuguesa Último Recurso e pelo Pacto Climático Europeu, reunirá, no Centro Ismaili, em Lisboa, mais de 300 participantes, entre os quais jovens ativistas e delegados de países de língua portuguesa, que vão defender que a próxima COP, no Brasil, institua "o assento formal de mulheres e de jovens nas próximas cimeiras e o seu direito de voto nas decisões tomadas", segundo a nota de imprensa.
Para a coordenadora da conferência, Mariana Gomes, esta ação tem como objetivo "quebrar a presença simbólica dos jovens e abrir espaço a uma participação real, capaz de influenciar políticas".
De forma concreta, este manifesto vai reivindicar às delegações nas cimeiras climáticas que cumpram "critérios mínimos de representatividade e que os compromissos assumidos sejam, também, acompanhados por mecanismos de transparência e de prestação de contas".
O manifesto aprovado seguirá depois para Belém do Pará - a cidade brasileira onde irá decorrer, a partir de 10 de novembro, a COP30 -, pois será entregue a diversas figuras que estarão lá presentes, nomeadamente ao representante das Nações Unidas, Felipe Paullier, e à eurodeputada portuguesa Catarina Martins, que estará na cimeira da ONU.
Este documento foi preparado por jovens de "vários países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) envolvidos no projeto internacional 'Nothing About Us Without Us'".
Entre os oradores confirmados para a conferência "contam-se Duarte Cordeiro, antigo ministro do Ambiente, a diplomata Ana Martinho, ex-secretária-geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros, e o embaixador Raimundo Carreiro, representante do Brasil em Portugal e enviado oficial da presidência da COP30", citou.
Por sua vez, em paralelo, será também apresentada a Carta da Juventude Lusófona, construída com contributos de jovens de todos os países da CPLP.
"O documento reúne propostas em áreas como financiamento climático acessível, apoio reforçado a Estados insulares, educação climática em português e reconhecimento jurídico da migração por razões ambientais", segundo a nota de imprensa.
Mariana Gomes destacou ainda que "Lisboa é o ponto de partida, Belém do Pará será o momento de confronto político" em que querem "afirmar a juventude lusófona como um ator legítimo nas negociações da COP30".
