Jovens com vontade de ir lá para fora: “O sonho é trabalhar numa organização internacional”
Vontade de mudar o Mundo e baixos salários em Portugal incentivam Leonor a emigrar. Muitos colegas pensam o mesmo.
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O gosto de Leonor Martins pela política e pela diplomacia internacional surgiu na Secundária de Arouca, concelho onde residia antes de ir estudar Línguas e Relações Internacionais (LRI) na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Agora que está quase a concluir o primeiro ano do curso, o entusiasmo pelas organizações internacionais mantém-se, tal como a vontade de trabalhar noutro país: “Quero muito”.
Aos 19 anos, os objetivos profissionais da jovem arouquense estão diretamente ligados à vontade de mudar o Mundo: “O meu sonho é trabalhar numa organização internacional, não governamental, algo que pudesse provocar mudança”. Leonor quer ajudar a sociedade a “resolver todas as questões que hoje não estão a mudar tanto, como a questão ambiental”: “É uma coisa que me preocupa muito”.
Por um salário melhor
Quando escolheu LRI não pensou nas saídas profissionais. O gosto conduziu a aposta e o ano de caloira intensificou a paixão. Tanto que já pensa em ficar mais uns tempos na academia: “No início só queria fazer o curso e entrar no mercado de trabalho, mas agora já começo a pensar em fazer o mestrado para aumentar as saídas profissionais”.
Sair ou não do país é uma questão muito debatida entre os pares de Leonor, mas ela já se decidiu: “Eu quero muito emigrar. Gosto do meu país e de cá estar, mas em Portugal recebemos salários cada vez mais baixos e o custo de vida é cada vez mais alto”.
A vontade de Leonor estende-se aos colegas da mesma idade. “A maior parte deles”, assegura a estudante, quer ter uma experiência profissional no estrangeiro e há dois motivos decisivos para isso: “O salário e o preço da habitação em Portugal são os principais fatores”.
Se fosse primeira-ministra – hipótese que não está excluída para o futuro – apostaria em mudar isso: “Salário e habitação”.
Quanto a emigrar, a dúvida é apenas o país de destino. Até há pouco tempo, Inglaterra era o objetivo principal, mas com o Brexit mudou de ideias. Agora será a “Polónia ou Finlândia, um desses países mais localizados no Norte”.