Jovens criam festival para promover os concelhos banhados pelos Lagos do Sabor
A aldeia de Vilares de Vilariça, no concelho de Alfândega da Fé, vai ser palco do Festival Circ’Bô, entre 23 e 25 de agosto, que visa atrair visitantes aos Lagos do Sabor, considerados a quinta Bio-Região do país.
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O novo festival, que é o primeiro de circo contemporâneo de Trás-os-Montes, terá impacto direto não só em Alfândega da Fé, mas também nos municípios de Torre de Moncorvo, Mogadouro e Macedo de Cavaleiros. O evemto resulta de uma parceria entre a iLocal (Inteligência Local – Associação para a Regeneração, Desenvolvimento e Governança das Economias Locais) e o INAC - Instituto Nacional de Artes do Circo, com o apoio do Turismo de Portugal. “Esperamos que tenha impacto na aldeia, em primeiro lugar, mas depois na Bio Região e até na região mais alargada, a transmonta”, explicou Filipe Jeremias, responsável pela iLocal.
A ideia não é levar tendas para a aldeia. “O cenário é a própria montanha e o natural. Não pretendemos só importar conhecimento, mas fazer a ligação entre os saberes locais”, vincou Filipe Jeremias.
Este projeto cultural e ambiental pretende ligar a população local aos artistas de circo contemporâneo, através de residências artísticas para jovens talentos e apresentações artísticas nas paisagens transmontanas para um público-geral alargado nacional e estrangeiro. “Tem uma programação muito centrada no circo contemporâneo e outra sem ser relacionada com o circo, outra mais ligada às crianças, porque é um festival vocacionado para as famílias, outra relacionada com o bem-estar e com a arte em geral”, adiantou Filipe Jeremias, que quer que o festival seja um laboratório ambiental.
"Estamos a planear várias coisas para mostrar a pegada ecológica. É muito importante que o festival crie um impacto positivo e não negativo. Por isso é preciso entender como se vai fazer a gestão de resíduos, o alojamento e a própria mobilidade dentro da aldeia”, descreveu o dirigente a iLocal que espera “um grande impacto económico na aldeia”, além de juntar visitantes “que podem viver uma vida mais humana e mais sustentável”.
O festival é de âmbito internacional pelas companhias que vão participar, mas também porque a iniciativa vai ser divulgada fora do país. “Para atrair pessoas para o nosso país. Tem impacto porque vamos mostrar aquilo que tão bem e de belo temos no nosso território, que é o Baixo Sabor. Tem um impacto económico local e regional, porque vamos abrir chamadas para pessoas que possam estar na nossa praça da alimentação, alguns comerciantes e empresários, bem como marcas regionais”, indicou.
A iLocal quer levar a cultura “de modo gratuito” às pessoas do interior, por isso, “este festival é um elemento âncora para fazer acontecer isto, que é a atração de pessoas, com o objetivo de dar a conhecer o território e o que a associação tem vindo a realizar em Vilares da Vilariça”.
A médio prazo, Filipe Jeremias gostaria que fosse criada em Vilares da Vilariça ou na região uma companhia de circo contemporâneo transmontana. “Não é apenas um festival de três dias. Em que vem um conjunto de companhias mostrar as suas performances e vai embora. No festival está contemplado um conjunto de residências artísticas, com artistas que vão estar na aldeia a trabalhar com a população não só da aldeia, mas das vizinhas, para um espetáculo que será apresentado durante o festival", acrescentou Jeremias.
Também os agrupamentos de escolas serão envolvidos no evento, para que as crianças e os jovens possam ter contacto com as artes circenses.
Estão previstos entre quatro a cinco espetáculos e a presença de artistas emergentes.