A "sustentabilidade e a ação climática" foram, na tarde de hoje, o tema da última conferência dinamizada pela Federação Académica do Porto (FAP), em parceria com o JN, no âmbito do Ano Europeu da Juventude. No debate, que teve lugar no Centro de Congressos da Alfândega do Porto, o painel de oradores centrou as atenções na importância da mobilização pública, designadamente dos jovens, e na necessidade de acelerar a legislação para conter as alterações climáticas.
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"Os nossos jovens têm interesse, mas a participação está muito aquém da urgência do problema", explicou Islene Façanha, coordenadora nacional do projeto europeu Ativa ClimACT, através da Zero- Associação Sistema Terrestre Sustentável. De acordo com a oradora, é preciso consciencializar e mobilizar as pessoas para participarem em iniciativas de combate aos problemas ambientais. "Ainda que os jovens portugueses sejam os que mais demonstram preocupação pelos fenómenos, acabam por não se envolver", observou Islene Façanha.
"Uma ameaça ao planeta é uma ameaça à nossa existência, e as pessoas têm de perceber isso", afirmou, por sua vez, Eugénia Barroca, da Ocean Hub Portugal, reconhecendo que "é difícil comunicar e convencer o público a participar, porque muitos dos fenómenos não são visíveis, mesmo que comprovados cientificamente".
Importância da Legislação
Eugénia Barroca sublinhou que, enquanto se trabalha na consciencialização, podem ser criadas leis com base no conhecimento científico "que levem as pessoas a respeitar e, de certa forma, a travar os problemas ambientais".
João Soutinho, presidente da Associação Verde, expressou que, a par dessa nova legislação, a "divulgação online é importante para mostrar que qualquer um de nós pode ter um papel importante nos fenómenos atuais, independentemente da pegada ecológica de cada um". No entanto, como o investimento para combater a pegada ambiental "é muito caro", Eugénia Barroca entende que, em alternativa, deveria haver investimento "na reciclagem dos equipamentos eletrónicos, cada vez mais usados".
De acordo com a oradora, atualmente a legislação não reflete sobre a circularidade dos equipamentos eletrónicos, que "deveriam ter maior longevidade", ou seja, "quando deixassem de funcionar, deviam ter uma nova vida ecológica".