Júlia, internada no serviço de Neonatologia do Hospital de S. João, no Porto, foi o centésimo bebé a ser alimentado pelo Banco de Leite Humano do Norte.
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"Com cerca de 395 litros de leite humano recebido, o Banco de Leite Humano do Norte (BLHN), sediado no Hospital Universitário de São João, já permitiu alimentar 100 bebés prematuros do Norte do país, cumprindo o seu desígnio de chegar a todos os recém-nascidos de risco que beneficiem deste leite, numa abrangência completa aos hospitais do Serviço Nacional de Saúde na região", sublinha a instituição, em comunicado.
"Estes 100 bebés, que beneficiaram das imensas vantagens deste "ouro líquido", estiveram hospitalizados em diversas instituições de saúde do Norte do país, tendo sido, assim, plenamente cumprido o desígnio do BLHN de proporcionar este alimento único a todos os bebés que dele beneficiem, independentemente da instituição hospitalar da região Norte onde se encontrem hospitalizados.", refere Henrique Soares, diretor do serviço de Neonatologia do S. João, citado no comunicado.
O Banco de Leite já alimentou bebés prematuros admitidos nas Unidades de Cuidados Intensivos Neonatais da ULS (Unidade Local de Saúde) Matosinhos, da ULS Santo António - Centro Materno-Infantil do Norte, da ULS Gaia/Espinho, da ULS Tâmega e Sousa, da ULS Alto Ave e da ULS Trás-os-Montes e Alto Douro, além da própria Unidade de Cuidados Intensivos de Neonatologia da ULS São João.
"Cumpre, na celebração deste marco, reconhecer a dedicação de uma equipa muito motivada que tornou este feito possível e, acima de tudo, homenagear as dadoras que têm honrado esta equipa, pela confiança que nela depositam ao lhe confiar esse bem precioso que é o seu leite", frisa Henrique Soares.
Segundo o comunicado, apenas uma em cada três mães de bebés "extremamente prematuros" consegue produzir leite suficiente às necessidades do recém-nascido. Os restantes bebés são alimentados com o leite de dadoras. "O leite humano de dadora, pasteurizado, é totalmente adequado às necessidades nutricionais específicas dos bebés prematuros, com comprovada eficiência na progressão alimentar e na diminuição de complicações digestivas graves e de infeções", refere o documento.
As dadoras têm o apoio de profissionais de saúde e a extração do leite é feita em casa. "Para ser elegível, a dadora deve ser lactante, estar nos primeiros seis meses após o nascimento do seu bebé e apresentar leite excedente - para que a doação não prejudique a amamentação do seu bebé", explica a unidade de saúde.
O Banco de Leite Humano do Norte funciona desde setembro de 2022.