Autarquia vai comprar imóveis para construir apartamentos a custos baixos. Rendas de várias tipologias variam entre 100 e 670 euros.
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A Junta de Freguesia de Benfica, em Lisboa, vai adquirir prédios para construir 250 fogos a custos baixos. O presidente da Junta, Ricardo Marques, explica ao JN que pretende dar resposta a "professores, médicos e polícias, entre outros, que têm dificuldade em virem trabalhar para Lisboa por não conseguirem pagar renda". O valor vai variar entre 100 e 670 euros.
A candidatura ao programa de Apoio ao Acesso à Habitação, do Programa de Recuperação e Resiliência, foi ontem aprovada em reunião do executivo e trata-se "do maior investimento de sempre de uma Junta em habitação".
Numa primeira fase, a Junta vai comprar uma moradia centenária com três pisos, na Aldeia do Calhariz, por 1,5 milhões de euros, para ali serem criados seis fogos T1 e T2. "O edifício era de uma família que ia sair dali e terá de ser readaptado para as tipologias que queremos", disse ao JN o presidente da Junta de Benfica. Na Rua Cláudio Nunes será adquirido um prédio devoluto e degradado, por 3,5 milhões de euros, para se construírem 14 fogos habitacionais, distribuídos por quatro andares. A recuperação do primeiro edifício custará 1,5 milhões e do segundo 1,8 milhões.
4500 em dificuldades
A Junta pretende ter 250 apartamentos de arrendamento acessível até 2026, estando ainda a ser negociada a compra de mais três imóveis para reabilitação, num total de 18 fogos, e a construção de raiz de 110 apartamentos. Ricardo Marques avança que "há mais 22 habitações referenciadas, em Benfica, passíveis de serem compradas pela Junta para arrendamento". Os valores das rendas vão variar entre 100 e 670 euros, dependendo da tipologia e do rendimento do inquilino. "A maioria serão T1 e T2", revela.
A Junta de Benfica criou, em janeiro, "um gabinete de habitação", tendo recebido 4500 pessoas com dificuldades em encontrarem casa. "Temos agora uma oportunidade única, com o programa de habitação, que não podemos perder. Permite que a junta seja um parceiro ativo nas respostas habitacionais", diz, salientando que a habitação não é uma competência da Junta mas do município e que "a cidade já perdeu 60 mil moradores nos últimos oito anos". Sofia Cristino