Uma obra de remodelação da rede de águas e saneamento, na Figueira da Foz, está a causar a revolta dos comerciantes, que se queixam de falta de informação sobre os trabalhos previstos e de prejuízos nos negócio.
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A obra em causa prevê a remodelação da rede de abastecimento de água e drenagem das águas residuais domésticas e pluviais das ruas da Fonte e Praia da Fonte, perto do jardim municipal da Figueira da Foz, e tem uma duração prevista de 120 dias.
Maria Luciano, da Churrasqueira Reino dos Frangos, diz que "se o negócio já estava mal, agora está péssimo". "Alguns clientes habituais deixaram de vir. E os poucos que ainda vêm, fartam-se de se queixar da confusão dos acessos, por causa do fecho ao trânsito de algumas ruas, e sujam-se todos com esta lama das obras", desabafou ao JN.
A comerciante, desgostosa, lamenta que tenha de "andar sistematicamente a limpar o estabelecimento, porque o chão está sempre sujo". "Perdemos na receita, devido à quebra no volume de vendas, e aumentámos a despesa, porque temos de andar sempre a gastar tempo e dinheiro a limpar a casa", observa.
A proprietária do quiosque do Jardim Municipal critica a falta de informação e afirma que também perdeu clientes e que os que ali (ainda) vão "protestam por causa dos acessos". Por outro lado, mostra-se solidária com os comerciantes das imediações, reconhecendo que "estão a ser fortemente penalizados com as obras".
Isabel Almeida, que vive a escassa distância do supermercado O Casulo, considera as obras em curso "uma vergonha" e "uma falta de respeito para com os comerciantes, que já andam com a corda ao pescoço, e com os moradores".
Mais grave ainda é a situação do proprietário de um supermercado viu o estaleiro da obra ser montado em plena rua, "fazendo desaparecer" o estabelecimento dos olhares dos clientes.
"Não se vê o supermercado, as pessoas não vêem e a polícia nem sequer me deixa estacionar para descarregar. É mau demais", disse à agência Lusa, Nuno Semedo, que admite ser obrigado a fechar o supermercado até ao final do ano.
A contestação levou ao local responsáveis da empresa Águas da Figueira, dona da obra, que, na sequência das queixas, se reuniram com o empreiteiro responsável pelos trabalhos. "Voltámos a calendarizar os trabalhos. Está previsto que na próxima terça-feira fique desbloqueado o trânsito na rua da Praia da Fonte", afirmou à Lusa Rita Santos, directora de exploração da empresa.
*COM LUSA