“Gaivina de Aveiro” foi uma das quatro embarcações alienadas em hasta pública pela Câmara. Antigo ferry sem interessados.
Corpo do artigo
Quatro embarcações foram vendidas pela Câmara de Aveiro em hasta pública, esta segunda-feira de manhã, entre as quais a lancha “Gaivina de Aveiro”, construída em 1931 pelos Estaleiros de São Jacinto, que foi arrematada por 5000 euros. A histórica embarcação chegou a servir para transportar entidades que visitavam a cidade, existindo uma fotografia de António Oliveira Salazar no seu interior. O empresário que a adquiriu pondera utilizá-la, futuramente, para fins marítimo-turísticos.
À hasta pública só compareceu a empresa turística Appropriate Numbers, que adquiriu, por um total de seis mil euros, as quatro embarcações. A Câmara desfez-se, assim, da “Gaivina de Aveiro” (5000 euros), da lancha “Costa de Luz” (500) e dos barcos moliceiros “Menina da Ria” e “Moliço” (250 cada). Ao que tudo indica, só a primeira é recuperável.
Afonso Miranda, da Appropriate Numbers, adiantou que, no caso de três das embarcações em pior estado, só as comprou “para ficar com as licenças”, que permitirão, mais tarde, replicar a sua construção. Já quanto à “Gaivina de Aveiro”, pondera eventualmente vir a utilizá-la, depois de recuperada, para fins marítimo-turísticos. “É histórica. Pelo que sei, servia para transportar entidades que vinham cá e até há fotos com o Salazar a passear nela”, contou o empresário, responsável também pela marca “Aveiro com Paixão”, que opera moliceiros no centro da cidade.
Marcada também para a manhã desta segunda-feira, a hasta pública para alienação e abate do ferryboat “Cale de Aveiro” ficou deserta. O financiamento por fundos comunitários do atual ferry elétrico, “Salicórnia”, obriga ao desmantelamento do antigo. Nesse âmbito, a Câmara abriu a hasta pública com um preço base de 50 mil euros. Uma empresa apresentou os documentos para concorrer, mas, chegada a hora, não compareceu.