<p>Um lar de idosos em Vermoim, Maia, sem licença de funcionamento, foi encerrado, esta terça-feira à tarde, por alegada falta de condições. Os 20 utentes foram alojados em casas de familiares ou noutras instituições.</p>
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Em causa está o alojamento de 16 pessoas na cave da moradia, de acordo com a directora técnica da residência geriátrica "Voz e Alma". O espaço em questão é amplo e tem entradas de luz, mas não dispõe de quaisquer divisórias que garantam a privacidade dos utentes, e tem apenas um quarto de banho. Rute Soares afirmou ao JN que o encerramento é temporário e que não se deveu a maus tratos.
O lar é particular e funcionava, desde Setembro do ano passado, sem o respectivo alvará da Segurança Social. De acordo com a responsável, o processo de licenciamento ainda não tinha sido encetado, porque faltava reunir todas as condições, designadamente a instalação de elevadores internos para transporte de pessoas sem mobilidade, o que entretanto já aconteceu.
O encerramento foi decidido pelo Ministério Público e comunicado, ontem de manhã, aos responsáveis do lar, espoletando o processo de realojamento das duas dezenas de 20 idosos que lá residiam. Os familiares foram chamados para encontrar soluções para todos os casos. Ontem à tarde, os utentes foram retirados do lar e transportados, por ambulâncias dos Bombeiros de Moreira da Maia, para casa de familiares ou para outras instituições, em Pedrouços, Gaia e Porto.
"Apercebi-me de que algo se passava porque vi ambulâncias e carros-patrulha em frente ao lar e depois vi os idosos a saírem", conta Carla Magalhães, moradora na tranquila rua onde funcionava a residência geriátrica.
"Só recentemente é que soube que ali havia um lar, porque vi a carrinha de uma churrascaria a entregar refeições, à noite", acrescenta. A existência do lar naquele edifício antes habitacional era, aliás, desconhecida de muitos moradores da zona.
Além da cave, onde estavam instaladas 16 senhoras, o lar dispõe de mais alguns quartos onde estavam quatro utentes. A responsável garante aos idosos - que pagavam entre 550 e 800 euros por mês - eram prestados todos os cuidados alimentares e sanitários adequados pelas oito funcionárias que lá trabalham.
"Vamos ter uma reunião com os técnicos da Segurança Social para saber, ao certo, que obras são necessárias fazer no piso inferior e esperamos que seja possível, em breve, reabrir e receber os nossos utentes", acrescentou Rute Soares.