A proibição de utilizar os santos da igreja na procissão das Festas de Nossa Senhora de Fátima continua a causar revolta entre os paroquianos de Lavra, em Matosinhos. Para esta sexta-feira está prevista uma manifestação pacífica e está a circular um abaixo-assinado.
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“Quando estamos no mar e há uma aflição, vem-nos logo Fátima à cabeça; é a primeira coisa. Apegamo-nos sempre com Nossa Senhora, e não deve haver um barco em Angeiras que não tenha a imagem de Nossa Senhora de Fátima na casa do leme”. Tio e sobrinho, Salvador e Nuno falam a uma só voz, ainda que entre eles haja quase uma geração. Nesta sexta-feira à noite, vão vestir-se de negro e juntar-se aos paroquianos que prometem uma manifestação “pacífica e em silêncio”, na procissão de velas, para contestar a decisão do padre de Lavra de não autorizar que os santos da igreja desfilem nas Festas de Nossa Senhora de Fátima, em agosto.
Entretanto, circula na freguesia matosinhense um abaixo-assinado a “solicitar a intervenção” do bispo do Porto. D. Manuel Linda, no sentido de “conceder autorização para a saída da imagem tradicional de Nossa Senhora e demais santos” da igreja. É ainda pedida a “substituição do padre António Augusto, que tem vindo a criar revolta entre os lavrenses, com as suas atitudes em relação aos usos e costumes da localidade e da população”. “Estamos a recolher assinaturas para fazer a nossa festa e mandar o padre embora”, resume Nuno Araújo, 43 anos e “um dos pescadores mais novos” da terra. O JN questionou o padre António Augusto Sousa, que recusou comentar a situação.