Leiria atribui menos apoios sociais do que a média nacional

Os dados foram apresentados, esta segunda-feira, pelo Observatório Nacional de Luta Contra a Pobreza, durante o encontro dos 20 anos do Núcleo Distrital de Leiria da Rede Europeia Anti Pobreza.

A infografia do distrito também indicava que havia 3504 famílias a beneficiar do RSI em 2023, num valor médio de 276,30 euros, o que correspondia a 2,9% do país, e que havia apenas 520 pessoas em situação de emergência social apoiadas, ou seja, apenas 2,3% do total nacional. No caso da Prestação Social para a Inclusão, atribuída a 5894 pessoas, no valor médio de 330,46 euros, correspondia a 3,8% dos beneficiários do país.

Ana Isabel Teixeira, técnica do Observatório Nacional de Luta Contra a Pobreza, revelou ainda que a taxa de pobreza e exclusão social afeta 19% da população do distrito de Leiria, situando-se também abaixo da média nacional (19,7%), tal como a taxa de privação material e social severa, que impede as pessoas de comprar roupa, por exemplo, e os indicadores de desigualdade.

Assimetrias escondidas

“Há um conjunto de dinâmicas que em determinados territórios se evidencia de uma forma muito marcada, como, por exemplo, o desemprego, mas não é o caso de Leiria, o que poderá esconder assimetrias”, alertou Ana Teixeira. “Corre-se o risco de deixar de se olhar para as franjas, que se tornam invisíveis”, explicou ao JN, à margem do encontro. “As entidades que estão no terreno têm de aprofundar o olhar sobre quem está mal, e tem de se adotar estratégias que vão ao encontro das necessidades dessas pessoas.”

João Paulo Pedrosa, diretor da Segurança Social de Leiria, garantiu que “Leiria está acima da média nacional”, em programas como o PARES, no acolhimento de idosos após as altas hospitalares, em número de famílias de acolhimento, na garantia para a infância, e no acolhimento de imigrantes em extrema pobreza e vulnerabilidade.